Rogério de Carvalho vence o Grande Prémio da Crítica de teatro 2012
O encenador Rogério de Carvalho foi distinguido pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro pelas encenações que assinou em 2012. As companhias Teatro dos Aloés e Primeiros Sintomas, e o fotógrafo João Tuna foram também escolhidos pelo trabalho realizado no ano passado.
Em 2012, Rogério de Carvalho assinou Devagar, para a companhia As Boas Raparigas, a partir de textos de Howard Barker. A companhia, da qual é director artístico, estreou a peça a 16 de Novembro no Teatro Carlos Alberto, no Porto. O encenador assinou ainda O Doente Imaginário, para o Ensemble, e que estreou no FITEI a 1 de Junho, também no Porto. O júri encontrou nestes dois trabalhos "uma singular intensidade no trabalho sobre a voz e sonoridades com o rigor da inscrição do corpo dos actores num espaço que um belíssimo jogo de luz e sombras transfigurava de forma audaciosa".
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Em 2012, Rogério de Carvalho assinou Devagar, para a companhia As Boas Raparigas, a partir de textos de Howard Barker. A companhia, da qual é director artístico, estreou a peça a 16 de Novembro no Teatro Carlos Alberto, no Porto. O encenador assinou ainda O Doente Imaginário, para o Ensemble, e que estreou no FITEI a 1 de Junho, também no Porto. O júri encontrou nestes dois trabalhos "uma singular intensidade no trabalho sobre a voz e sonoridades com o rigor da inscrição do corpo dos actores num espaço que um belíssimo jogo de luz e sombras transfigurava de forma audaciosa".
A APCT decidiu distinguir também dois espectáculos. Um deles Juramentos Indiscretos, do Teatro dos Aloés em co-produção com o Teatro Nacional de São João (onde estreou a 8 de Março), que o júri considerou tratar-se de "um marco importante na nossa vida teatral". Assinado por José Peixoto, encenador "de uma dedicação sem par", trata-se, no entender da APCT, de espectáculo que, a partir de um texto de Marivaux, "um autor conhecido de nome, mas longe de ser familiar do grande público", usa "uma tradução exemplar" e cria "um trabalho de actores refinado e inteligente" e "um dispositivo cenográfico totalmente adequado aos propósitos da peça e da encenação".
Ainda Salomé, da companhia Primeiros Sintomas, estreada a 17 de Maio no espaço A Ribeiro, em Lisboa. A partir do texto de Oscar Wilde, Bruno Bravo, que encenou a peça, apresentou "uma versão imaginativamente erótica e lírica da peça em ambiente espesso como nevoeiro cerrado assombrado por palavras nascidas de um desejo subversivo e belo".
Também o fotógrafo João Tuna receberá uma menção honrosa, pelo modo como "a cumplicidade com encenadores, cenógrafos, iluminadores e actores, entre outros criadores, que vem fotografando ao longo dos anos, vai muito além da objectiva." Em 2012, o seu trabalho foi objecto de uma monografia, editada pelo Teatro nacional São João, Todos os Fantasmas Usam Botas Pretas, Rastros: TNSJ 1996-2009. Justifica a APCT que "os espectáculos registados parecem só ter ficado completos depois da invenção de imagens deste fotógrafo, cineasta e dramaturgo, cuja visão de mundo é um teatro por si só".
O júri foi constituído por Alexandra Moreira da Silva (dramaturgista, tradutora e investigadora na Faculdade de Letras da Universidade do Porto), João Carneiro (crítico no jornal Expresso), Maria Helena Serôdio (que preside à APCT), Jorge Louraço Figueira (crítico de teatro no PÚBLICO) e Rui Monteiro (crítico de teatro na revista Time Out). A entrega dos prémios decorrerá no Jardim de Inverno do Teatro São Luiz, em data ainda a anunciar.