Computadores do The New York Times foram atacados e o jornal culpa a China

Peritos dizem ter encontrado "provas digitais de que hackers chineses violaram a rede" do diário norte-americano.

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O jornal acusa os militares chineses de estarem por trás do ataque Mario Tama/AFP

Num extenso artigo assinado pela jornalista Nicole Pelroth, o The New York Times (NYT) avança que trabalhou em conjunto com empresas especializadas para conter o ataque. Este terá consistido no acesso indevido aos computadores de 53 funcionários e terá começado após a publicação de uma investigação do jornal sobre a fortuna do primeiro-ministro cessante, Wen Jiabao, e da sua família, em Outubro do ano passado.

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Num extenso artigo assinado pela jornalista Nicole Pelroth, o The New York Times (NYT) avança que trabalhou em conjunto com empresas especializadas para conter o ataque. Este terá consistido no acesso indevido aos computadores de 53 funcionários e terá começado após a publicação de uma investigação do jornal sobre a fortuna do primeiro-ministro cessante, Wen Jiabao, e da sua família, em Outubro do ano passado.

Entre os computadores atacados estará o do jornalista David Barboza, que investigou e assinou o artigo sobre a fortuna da família de Wen Jiabao, e o do jornalista Jim Yardley, antigo responsável pela representação do NYT em Xangai.

"Peritos em segurança informática não encontraram provas de acesso, download ou cópia de mensagens de correio electrónico ou documentos relacionados com a investigação sobre a família Wen", esclarece a directora do jornal, Jill Abramson.

Segundo as empresas contratadas pelo NYT, foram recolhidas "provas digitais de que hackers chineses violaram a rede [do jornal], através de métodos que alguns consultores associaram no passado aos militares chineses".

O jornal obteve uma reacção do Ministério da Defesa chinês: "As lei da China proíbem qualquer acção, incluindo o acesso indevido, que ponha em causa a segurança da Internet." Na resposta às perguntas do NYT, o Governo de Pequim frisou que "acusar os militares chineses de lançarem ataques informáticos sem provas sólidas revela falta de profissionalismo e não tem fundamento".

"Os ataques parecem fazer parte de uma campanha de espionagem informática mais abrangente contra empresas de media norte-americanas que publicaram artigos sobre empresas e líderes chineses", escreve a jornalista Nicole Pelroth, lembrando os ataques do ano passado contra o site da Bloomberg News, após a publicação de uma notícia sobre a riqueza do vice-presidente cessante, Xi Jinping. O jornal cita um porta-voz da Bloomberg, Ty Trippet, que confirma o ataque, mas garante que "nenhum sistema ou computador foi afectado".

No artigo, o The New York Times detalha todos os passos do ataque informático de que foi alvo, cuja autoria atribui à China, mas salienta que este país "não está sozinho no uso de ataques informáticos com várias finalidades, incluindo espionagem empresarial". Para além da China, "os Estados Unidos, Israel, a Rússia e o Irão, entre outros, são suspeitos de desenvolver e usar armas informáticas".