A recompra de 15% do passe de Moutinho ao Soccer Invest Fund, por 3,3 milhões de euros, foi comunicada na noite de quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e fecha um ciclo iniciado em Julho de 2010, quando foi anunciada a surpreendente contratação do médio ao Sporting.

O FC Porto pagou então 11 milhões de euros ao clube de Alvalade, ficando com 100% do passe de Moutinho. Só que, três meses depois, os “dragões” cederam 37,5% dos direitos económicos de Moutinho a uma empresa holandesa chamada Mamers B.V., recebendo em troca 4,125 milhões de euros.

Como o PÚBLICO já avançou, em Fevereiro do ano passado (http://www.publico.pt/noticia/dinheiro-que-alimenta-o-futebol-portugues-perdese-numa-rede-de-fundos-1535472), a Mamers era detida por uma fundação (Stiching Mamers), cujos corpos directivos são o empresário português António Fernando Maia Moreira de Sá e o filho Flávio Moreira de Sá. António Moreira de Sá é um empresário do Norte do país com interesses na construção civil e também membro suplente do conselho superior do FC Porto (um órgão consultivo do clube).

Algures entre Outubro de 2010 e Agosto de 2011, esses 37,5% dos direitos económicos de Moutinho foram cedidos pela Mamers ao Soccer Invest Fund, um fundo registado na CMVM cujos accionistas não são conhecidos publicamente (só o regulador sabe quem são).

Este fundo é gerido pela MNF Gestão de Activos, uma empresa que tem entre os seus administradores João Lino de Castro, que, à data da venda de Moutinho ao FC Porto, era secretário da mesa da assembleia geral do Sporting e em Setembro de 2010 foi cooptado para a administração da SAD "leonina", então presidida por José Eduardo Bettencourt.

As movimentações em redor do passe de Moutinho não se ficaram por aqui. Em Agosto de 2011, o Soccer Invest Fund vendeu 22,5% do passe de Moutinho ao FC Porto, por 4 milhões de euros, ficando com 15%. E agora vendeu os restantes 15% por 3,3 milhões de euros.

Nestas operações de venda e recompra, o FC Porto saiu a perder, no que toca aos montantes pagos. Vendeu 37,5% do passe de Moutinho por 4,125 milhões e no final de contas teve de pagar 7,3 milhões para os recuperar, vendo assim inflacionado em mais de três milhões de euros o preço do jogador.

Os 14,175 milhões de euros líquidos que o FC Porto despendeu para ter o passe de Moutinho reforçam o estatuto do médio como terceiro futebolista mais caro da história do clube, apenas atrás de Hulk (22 milhões de euros, incluindo comissões) e Danilo (17 milhões, incluindo comissões).

O passe de Moutinho pertencer, por inteiro, a um clube facilita uma eventual transferência para Inglaterra, onde a legislação proíbe que haja terceiros (que não clubes de futebol) com participações nos direitos económicos dos jogadores. No Verão, Moutinho esteve muito perto de assinar pelo Tottenham, nas o negócio não se concretizou à última hora.

Apesar de deter 100% dos direitos económicos de Moutinho, o FC Porto não receberá a totalidade da verba de uma eventual transferência. É que o acordo com o Sporting prevê que o clube de Alvalade receba 25% das mais-valia que o clube portista fizer acima dos 11 milhões de euros. Ou seja, se o FC Porto vender Moutinho por 15 milhões, o Sporting terá direito a um milhão de euros.

O clube de Alvalade terá ainda direito a uma compensação pelos direitos de formação de Moutinho, embora em algumas situações esta verba seja paga directamente pelo clube comprador, sem reduzir o encaixe do clube vendedor.

Cronologia das movimentações dos direitos económicos de João Moutinho

Julho de 2010 – FC Porto compra passe do jogador ao Sporting, por 11 milhões de euros.

Outubro de 2010 – FC Porto vende 37,5% do passe de Moutinho a uma empresa holandesa chamada Mamers BV, por 4,125 milhões.

Algures entre Outubro de 2010 e Agosto de 2011 – Os 37,5% da Mamers são cedidos ao Soccer Invest Fund (um fundo registado na CMVM), por um valor desconhecido.

Agosto de 2011 – FC Porto recompra 22,5% do passe de Moutinho ao Soccer Invest Fund, por 4 milhões de euros.

Janeiro de 2013 – FC Porto recompra 15% de Moutinho ao Soccer Invest Fund, por 3,3 milhões de euros, voltando a deter 100% dos direitos económicos do jogador.
 

A recompra de 15% do passe de Moutinho ao Soccer Invest Fund, por 3,3 milhões de euros, foi comunicada na noite de quarta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e fecha um ciclo iniciado em Julho de 2010, quando foi anunciada a surpreendente contratação do médio ao Sporting.

O FC Porto pagou então 11 milhões de euros ao clube de Alvalade, ficando com 100% do passe de Moutinho. Só que, três meses depois, os “dragões” cederam 37,5% dos direitos económicos de Moutinho a uma empresa holandesa chamada Mamers B.V., recebendo em troca 4,125 milhões de euros.

Como o PÚBLICO já avançou, em Fevereiro do ano passado (http://www.publico.pt/noticia/dinheiro-que-alimenta-o-futebol-portugues-perdese-numa-rede-de-fundos-1535472), a Mamers era detida por uma fundação (Stiching Mamers), cujos corpos directivos são o empresário português António Fernando Maia Moreira de Sá e o filho Flávio Moreira de Sá. António Moreira de Sá é um empresário do Norte do país com interesses na construção civil e também membro suplente do conselho superior do FC Porto (um órgão consultivo do clube).

Algures entre Outubro de 2010 e Agosto de 2011, esses 37,5% dos direitos económicos de Moutinho foram cedidos pela Mamers ao Soccer Invest Fund, um fundo registado na CMVM cujos accionistas não são conhecidos publicamente (só o regulador sabe quem são).

Este fundo é gerido pela MNF Gestão de Activos, uma empresa que tem entre os seus administradores João Lino de Castro, que, à data da venda de Moutinho ao FC Porto, era secretário da mesa da assembleia geral do Sporting e em Setembro de 2010 foi cooptado para a administração da SAD "leonina", então presidida por José Eduardo Bettencourt.

As movimentações em redor do passe de Moutinho não se ficaram por aqui. Em Agosto de 2011, o Soccer Invest Fund vendeu 22,5% do passe de Moutinho ao FC Porto, por 4 milhões de euros, ficando com 15%. E agora vendeu os restantes 15% por 3,3 milhões de euros.

Nestas operações de venda e recompra, o FC Porto saiu a perder, no que toca aos montantes pagos. Vendeu 37,5% do passe de Moutinho por 4,125 milhões e no final de contas teve de pagar 7,3 milhões para os recuperar, vendo assim inflacionado em mais de três milhões de euros o preço do jogador.

Os 14,175 milhões de euros líquidos que o FC Porto despendeu para ter o passe de Moutinho reforçam o estatuto do médio como terceiro futebolista mais caro da história do clube, apenas atrás de Hulk (22 milhões de euros, incluindo comissões) e Danilo (17 milhões, incluindo comissões).

O passe de Moutinho pertencer, por inteiro, a um clube facilita uma eventual transferência para Inglaterra, onde a legislação proíbe que haja terceiros (que não clubes de futebol) com participações nos direitos económicos dos jogadores. No Verão, Moutinho esteve muito perto de assinar pelo Tottenham, nas o negócio não se concretizou à última hora.

Apesar de deter 100% dos direitos económicos de Moutinho, o FC Porto não receberá a totalidade da verba de uma eventual transferência. É que o acordo com o Sporting prevê que o clube de Alvalade receba 25% das mais-valia que o clube portista fizer acima dos 11 milhões de euros. Ou seja, se o FC Porto vender Moutinho por 15 milhões, o Sporting terá direito a um milhão de euros.

O clube de Alvalade terá ainda direito a uma compensação pelos direitos de formação de Moutinho, embora em algumas situações esta verba seja paga directamente pelo clube comprador, sem reduzir o encaixe do clube vendedor.

Cronologia das movimentações dos direitos económicos de João Moutinho

Julho de 2010 – FC Porto compra passe do jogador ao Sporting, por 11 milhões de euros.

Outubro de 2010 – FC Porto vende 37,5% do passe de Moutinho a uma empresa holandesa chamada Mamers BV, por 4,125 milhões.

Algures entre Outubro de 2010 e Agosto de 2011 – Os 37,5% da Mamers são cedidos ao Soccer Invest Fund (um fundo registado na CMVM), por um valor desconhecido.

Agosto de 2011 – FC Porto recompra 22,5% do passe de Moutinho ao Soccer Invest Fund, por 4 milhões de euros.

Janeiro de 2013 – FC Porto recompra 15% de Moutinho ao Soccer Invest Fund, por 3,3 milhões de euros, voltando a deter 100% dos direitos económicos do jogador.