Seguro acusa Passos Coelho de querer “um Estado mínimo”
Secretário-geral diz nos Açores que conta com todos e que é o líder de todos os socialistas.
Mas à margem da sua intervenção, questionado sobre o momento actual do PS e uma eventual corrida de António Costa à liderança, Seguro foi um pouco mais longe do que fora até agora: "O líder do PS é o líder de todos os socialistas. Conto com todos, estamos todos mobilizados".
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Mas à margem da sua intervenção, questionado sobre o momento actual do PS e uma eventual corrida de António Costa à liderança, Seguro foi um pouco mais longe do que fora até agora: "O líder do PS é o líder de todos os socialistas. Conto com todos, estamos todos mobilizados".
Num discurso de cerca de meia hora, Seguro dedicou palavras de elogio à obra feita ao longo de 16 anos sob a presidência de Carlos César e deixou um voto de confiança e de solidariedade da direcção nacional do PS para o novo presidente da região, Vasco Cordeiro.
As críticas tinham um só destinatário: o primeiro-ministro. “Passos Coelho quer um Estado mínimo, esse é o país de Passos Coelho onde cada um está entregue à sua sorte e trata de si”, disse.
“Um corte de quatro mil milhões nas funções sociais do Estado, neste momento, configura um outro país”, acrescentou, para depois defender que o que está em causa não é "um combate de "trincheiras partidárias" nem uma reforma do Estado, mas o desmantelamento do Estado Social.
Seguro admitiu que houve governos sociais-democratas que contribuíram para a construção desse Estado Social, por isso avisou que o combate é “contra este Governo, o Governo mais ultraliberal” da história do país.
O PS, ao invés, promete “um Portugal solidário, coeso e que não deixa nenhum português para trás”, disse, para dar um passo em diante: “Só se pode devolver a esperança e a confiança aos portugueses com uma mudança de caminho, com uma mudança de políticas”.
Já antes, o secretário-geral defendera que as eleições autárquicas do próximo Outono são um momento muito importante para a vida dos portugueses e que, face à crise que o país atravessa, “não são umas eleições quaisquer”. Mas também disse ter “ a certeza” de que quer no plano local, quer no nacional, o PS voltará a ter “maiorias absolutas”.
O secretário-geral socialista concretizou então que a “única saída possível” para a crise nacional é “uma conciliação” entre o ajustamento económico e uma agenda para o crescimento e para a criação de emprego. E contra-atacou: “Não me venham dizer que não há dinheiro, que não há alternativa, o que não há é ambição e competência” para um conjunto de políticas que permita inverter a lógica de “austeridade custe o que custar” do Executivo.
Sem nunca ter comentado o momento da vida nacional do partido ao longo da sua intervenção, Seguro deixou apenas uma frase solta que despertou a atenção e a troca de comentários entre delegados ao congresso: “Se nós não tratarmos do futuro, ele aparece”.