Portugal coloca 2500 milhões nos mercados com forte procura do estrangeiro

A esmagadora maioria das Obrigações do Tesouro foram adquiridas por estrangeiros. Juro ficou nos 4,891%.

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Maria Luís Albuquerque, secretária de Estado do Tesouro, na conferência de imprensa Miguel Manso

Maria Luís Albuquerque, secretária de Estado do Tesouro, na conferência de imprensa em que foram apresentados os resultados da emissão, classificou a operação como "um primeiro passo muito importante" no processo de regresso aos mercados, que contribuirá para a recuperação da economia e para o financiamento das empresas e das famílias. Salientou contudo que Portugal "tem ainda muitas dificuldades pela frente".

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Maria Luís Albuquerque, secretária de Estado do Tesouro, na conferência de imprensa em que foram apresentados os resultados da emissão, classificou a operação como "um primeiro passo muito importante" no processo de regresso aos mercados, que contribuirá para a recuperação da economia e para o financiamento das empresas e das famílias. Salientou contudo que Portugal "tem ainda muitas dificuldades pela frente".

Em relação à operação, a secretária de Estado destacou o facto de os investidores que compraram dívida portuguesa constituírem um grupo muito equilibrado em termos geográficos e em relação ao tipo de agentes económicos. Cerca de 30% dos investidores são provenientes dos Estados Unidos, outros 30% do Reino Unido, 9% da Alemanha e 7% de Portugal. Mais de 60% são gestores de fundos, ficando 22% da dívida nas mãos de hedge funds, 9% nos bancos e 4% em seguradoras. Com esta composição de investidores, diz Maria Luís Albuquerque, espera-se um comportamento muito positivo desta linha de obrigações no mercado secundário.

Em relação a novas emissões, a responsável governamental não quis adiantar qualquer data. Disse que as necessidades de financiamento do Estado este ano já estavam asseguradas mesmo antes desta emissão. No entanto, admitiu, para que este seja um processo de regresso aos mercados sustentado, terão de se seguir novas operações "quando surgirem boas oportunidades". "Queremos reconstruir toda a curva da dívida pública portuguesa, portanto naturalmente faremos emissões com 10 anos de maturidade", disse. 

Inicialmente, estava previsto que a emissão de dívida fosse de 2000 milhões de euros. No entanto, face à procura, que foi superior a 12.000 milhões de euros, o Governo optou por colocar um montante de dívida mais elevado.

A venda de dívida desta quarta-feira foi desenvolvida num esquema de leilão sindicado. Quer isto dizer que, a ajudar o Tesouro português se encontram quatro bancos: Barclays, Deutsche Bank, Morgan Stanley e o português BES. O papel destes bancos é o de ajustar com os investidores o valor que querem comprar da dívida portuguesa que é colocada no mercado.

A venda de dívida a cinco anos desta quarta-feira é o primeiro ensaio português de regresso aos mercados de dívida a longo prazo desde que pediu assistência financeira à troika, em Abril de 2011. A última emissão do mesmo tipo - a cinco anos e feita através de um sindicato bancário - foi realizada a 7 de Fevereiro de 2011 e conduziu à colocação de 3500 milhões de euros a uma taxa de 6,4%. Dois meses mais tarde, Portugal teve de solicitar um resgate à troika