Mau tempo de sábado ocorreu devido a um fenómeno raro em Portugal
Nos próximos dias, a neve, chuva e vento fortes deverão voltar, embora com características um pouco diferentes.
Em declarações à Lusa, Nuno Moreira, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), disse que ocorreu uma depressão muito cavada e muito rápida, cuja incidência em Portugal é invulgar.
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Em declarações à Lusa, Nuno Moreira, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), disse que ocorreu uma depressão muito cavada e muito rápida, cuja incidência em Portugal é invulgar.
“O que aconteceu na madrugada de sexta-feira para sábado foi a passagem de uma depressão muito cavada pelo norte do território do continente”, afirmou, acrescentando que “esta depressão o cavou muito rapidamente” num processo que os meteorologistas designam tecnicamente por “ciclogénese explosiva”.
A pressão no centro do fenómeno meteorológico, que “entrou junto à costa de Viana do Castelo e Porto”, atingiu “valores muito baixos”, originando ventos muito fortes.
“As rajadas atingiram os 140 km/hora no Cabo Carvoeiro”, disse Nuno Moreira, sublinhando tratar-se ainda de um dado preliminar e lembrando que, quando as previsões apontam para ventos com mais de 130 km/hora, o IPMA aciona um aviso de risco extremo.
A descida rápida da pressão provoca também uma elevação do nível médio do mar, explicou o meteorologista, acrescentando que isso pode ter levado a inundações costeiras.
“Este tipo de fenómeno não é muito habitual, é um fenómeno de Inverno. Já aconteceu em Portugal antes”, disse o meteorologista, lembrando, por exemplo, a situação que afectou a zona do Oeste a 23 de Dezembro de 2009.
Nos próximos dias, o mau tempo deverá voltar, embora com características um pouco diferentes. “Enquanto a situação passada foi uma depressão muito cavada que passou sobre o território do continente, a situação de mau tempo para esta próxima noite e para amanhã [terça-feira] é a passagem de um sistema frontal de forte actividade”, afirmou.
A nova depressão, explicou, dará origem a chuva, mas sobretudo à queda de neve em altitudes baixas e também a vento com alguma intensidade, chegando aos 100 km/hora nas terras mais altas.