E se nunca mais tivesses de lavar o carro?
Equipa liderada por cientista portuguesa desenvolveu um revestimento inovador que permite ao carro "auto-limpar-se"
Catarina Esteves lidera a equipa de cientistas do departamento de Engenharia Química da Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na Holanda, e foi ela quem coordenou o estudo que levou à descoberta de um revestimento inovador.
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Catarina Esteves lidera a equipa de cientistas do departamento de Engenharia Química da Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na Holanda, e foi ela quem coordenou o estudo que levou à descoberta de um revestimento inovador.
Basicamente, até hoje, já foram desenvolvidos revestimentos com propriedades altamente resistentes à água ou até antibacterianos, mas que são facilmente corrompidos e irreversivelmente danificados, perdendo todas as propriedades que os caracterizam.
O que tem de especial este novo revestimento é que ele se "auto-cura". Basicamente, tem duas camadas ligadas com "caules" entre elas. Quando a primeira é danificada, os "caules" entram em acção, reorientando os componentes da segunda - que contém os químicos funcionais - para a superfície exterior, restaurando a sua função.
Carro limpo em cada dia de chuva
Para além da possibilidade de criar revestimentos contra a água que sejam realmente resistentes, este revestimento tem ainda a particularidade de permitir ao carro "auto-limpar-se".
Quando as gotas de água caem sobre o carro, o revestimento "auto-repara-se" e a sujidade acaba por sair com elas. Ou seja, bastará um dia de chuva para manter o carro limpo.
O único problema deste equipamento é que ele só se conseguirá "reabilitar" se o arranhão não atravessar todo o revestimento, ou seja, for apenas superficial.
Por isso, os centros de lavagem de carros não têm muito com que se preocupar, por enquanto. O projecto ainda está em desenvolvimento e Catarina quer levá-lo mais além, apostando em parceiras com outras universidades e até empresas.
A cientista portuguesa espera que os primeiros revestimentos estejam prontos para produção dentro de seis a oito anos, a preços acessíveis.