Veniam Works: liga o teu carro… à net

"Start-up" portuguesa produz tecnologia que transforma veículos em pontos de acesso à internet. Projecto está em fase de testes

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Um carro transformado em “hotspot” de wi-fi P3

E se o teu carro fosse um “hotspot” de "wi-fi"? É esse o projecto da Veniam Works, uma empresa incubada nas universidades do Porto e de Aveiro, que desenvolve "hardware" e "software" para comunicações.

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E se o teu carro fosse um “hotspot” de "wi-fi"? É esse o projecto da Veniam Works, uma empresa incubada nas universidades do Porto e de Aveiro, que desenvolve "hardware" e "software" para comunicações.

 

O objectivo da empresa é, por um lado, descongestionar a rede convencional e, por outro, reunir informações relacionadas com veículos e tráfego. 

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Susana Sargento e João Barros, os dois fundadores da Veniam Works DR

 

Segundo João Barros, co-fundador da empresa e professor na Universidade do Porto, o aumento dos acessos à internet, através dos dispositivos móveis, aumenta também a possibilidade de congestionamento da rede. “Prevê-se que o tráfego das redes móveis vá aumentar 20 vezes nos próximos cinco anos. A nossa solução passa por possibilitar a comunicação, não só entre veículos, como também entre cada veículo e as infra-estruturas das redes móveis”, explica, ao P3.

 

Para além de aumentar os pontos de acesso e de facilitar a comunicação de dados, a Veniam Works pretende disponibilizar informação relativa aos veículos e ao tráfego, a entidades controladoras do tráfego, bem como a fabricantes de automóveis ou agências de seguros.

 

Não levantará essa intenção algumas questões, no que diz respeito à privacidade dos dados? “É importante assegurar a confidencialidade dos dados, pelo que a Veniam Works já propôs uma patente relacionada com uma forma de garantir a segurança da rede e da informação que nela circula”, assegura João Barros.

 

O mercado internacional 

A ideia de criar esta tecnologia surgiu de um projecto de investigação, levado a cabo pelas universidades do Porto e de Aveiro, em conjunto com outros parceiros, entre os quais, o Instituto das Telecomunicações de Portugal. Com o intuito de procurar ajuda junto de pessoas com experiência em tecnologias aplicadas aos automóveis, foram estabelecidos contactos com o MIT e com a universidade Carnegie Mellon, onde João Barros e Susana Sargento, os dois fundadores da Veniam Works, mantiveram actividades académicas.

 

Como resultado dessa parceria, surgiu o apoio de dois empreendedores norte-americanos: Robin Chase, fundadora da Buzzcar, e Roy Russell, da Zipcar. Segundo João Barros, a empresa está orientada para o mercado internacional. “Estamos em conversações com operadores móveis nacionais e estrangeiros e com empresas, como a Cisco Systems”, afirma.

 

Apesar de ter menos de um ano de actividade, a Veniam Works tem oito pessoas a trabalhar. “Queremos criar condições para que a empresa cresça e crie postos de trabalho”, assegura o seu co-fundador. Para o investigador, este projecto não teria sido possível sem investidores directos, portugueses e norte-americanos.

 

Esta "start-up" já está a implementar esta tecnologia, que se encontra ainda numa fase de testes.

 

Sector estratégico

João Barros considera estratégico o sector das tecnologias de informação e comunicação. “Portugal tem grupos, nesta área, capazes de aproveitar o conhecimento produzido nas universidades e que trabalham ao nível do que de melhor se faz no mundo”, garante.

 

Segundo o investigador, algumas das empresas incubadas na Universidade do Porto constituem, por isso, “um sinal de esperança para a região e o país".

 

O concurso

O trabalho desenvolvido pela Veniam Works já lhe valeu a presença na final da 3.ª edição do Building Global Innovators, um concurso criado pelo ISCTE e pelo MIT, em que cada equipa é avaliada pela tecnologia e pelo plano de negócios que apresenta.

 

Entre as 132 equipas participantes, a empresa portuguesa ficou entre as 20 semi-finalistas. Nessa fase do concurso, acabou por sair vencedora na categoria de transportes e energia, o que lhe valeu um prémio de 100 mil euros, atribuído pela Caixa Geral de Depósitos.

 

“Já tivemos a primeira ronda de financiamento e contámos com seis meses de mentoria. Foi muito enriquecedor, porque temos conhecido mentores de nível mundial e tivemos acesso a redes de conhecimento muito interessantes”, afirma João Barros. Em Fevereiro, decorrerá a final, na qual quatro equipas irão disputar um prémio de 200 mil euros.