Já terão sido libertados 100 reféns estrangeiros na Argélia

Agência estatal argelina só refere a morte de quatro trabalhadores estrangeiros. Cerco ao complexo de In Amenas prossegue. Islamistas querem fim da guerra no Mali e trocar reféns americanos por dois dos seus homens presos nos EUA

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Tanques argelinos nas imediações de In Amenas AFP

A agência estatal de notícias argelina, APS, acaba de noticiar que entre os reféns libertados estão 573 argelinos e 100 dos 132 trabalhadores estrangeiros que estavam em In Amenas. No último balanço, tinha sido anunciado que metade dos estrangeiros tinham sido libertados.

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A agência estatal de notícias argelina, APS, acaba de noticiar que entre os reféns libertados estão 573 argelinos e 100 dos 132 trabalhadores estrangeiros que estavam em In Amenas. No último balanço, tinha sido anunciado que metade dos estrangeiros tinham sido libertados.

Os militantes islamistas, que pertencem a um comando liderado por Mokhtar Belmokhtar, ainda estão no interior das instalações. O Exército argelino quer “um final pacífico” para a crise, diz a APS, citada no site da BBC. Pelo menos um dos atacantes terá sido capturado, noticia o jornal argelino El Watan.

A mesma fonte argelina só dá conta da morte de trabalhadores estrangeiros durante o assalto do Exército argelino, desencadeado na quinta-feira. A APS afirma que não é possível avançar com o “número total” de pessoas que ainda estão reféns e diz que alguns trabalhadores estão escondidos em diversos pontos do complexo de In Amenas.

Vários reféns libertados foram entretanto transferidos de helicóptero para hospitais e uma clínica privada em Argel, adianta o site da revista francesa L'Express. Os Estados Unidos estão a começar a evacuar alguns dos seus cidadãos presentes no complexo, diz a CNN.

Exigências dos raptores
O líder do grupo islamista que mantém os reféns cativos pediu à França para “negociar” o fim da guerra no Mali e propôs trocar os “reféns americanos” por dois islamistas que estão detidos nos EUA, informou, por seu lado, a agência noticiosa da Mauritânia ANI: o paquistanês Aafia Siddiqui e o egípcio Omar Abdel-Rahman, conhecido como "o Xeque Cego" e considerado o cérebro do atentado contra o World Trade Center em 1993 (condenado à pena perpétua).

Citando fontes do grupo de Mokhtar Belmokhtar, a ANI afirma que este propõe ainda “à França e à Argélia negociarem o fim da guerra levada a cabo pela França no Azawad (Norte do Mali)”.

Belmokhtar também quer, segundo as mesmas fontes, “trocar os reféns americanos detidos pelo seu grupo por um egípcio e um paquistanês, presos nos Estados Unidos por acusações relacionadas com terrorismo".

Belmokhtar fez estas exigências num vídeo que “será distribuído aos media”, disseram as fontes islamistas citadas pela ANI.

O Departamento de Estado norte-americano já fez saber que "não negoceia com terroristas".