Hollande diz que proposta de Juncker para Portugal “é boa”
O presidente do Eurogrupo disse, na semana passada, que os países que cumprem os objectivos com que se comprometeram devem ser recompensados.
"Creio que a proposta é boa, que vai no sentido desejado, e exprime o que poderá ser, espero, a posição do Eurogrupo num momento próximo", afirmou François Hollande nesta quinta-feira, em conferência de imprensa, ao lado do primeiro-ministro português.
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"Creio que a proposta é boa, que vai no sentido desejado, e exprime o que poderá ser, espero, a posição do Eurogrupo num momento próximo", afirmou François Hollande nesta quinta-feira, em conferência de imprensa, ao lado do primeiro-ministro português.
O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, propôs, na semana passada, "um reajustamento [das] condições financeiras e orçamentais que acompanham o ajustamento" português, defendendo que os países que cumprem os objectivos com que se comprometeram devem ser recompensados.
François Hollande disse ainda reconhecer "os esforços difíceis que Portugal está a fazer", e considerou que, embora eles tenham "um custo social muito elevado, começam a dar frutos".
"Tenho confiança no regresso de Portugal aos mercados porque houve um ajustamento muito significativo", disse.
À questão sobre se ponderaria seguir em França a mesma "receita de austeridade" que o Governo português tem seguido, o Presidente francês respondeu que "não", justificando a resposta com o argumento de que "as situações económicas são diferentes", e "os níveis da dívida não são comparáveis".
Ainda assim, acrescentou, a França está a fazer um esforço de prevenção, para evitar ter que chegar a essas soluções.
François Hollande sublinhou ainda a "excelência" das relações entre os dois países, "fundadas numa história e numa cultura comum", mas "também através de homens e mulheres que em dado momento emigraram, se instalaram em França e formaram famílias".
O Presidente lembrou a dimensão da comunidade em França – a maior portuguesa no estrangeiro e a maior europeia neste país, com cerca de 1,5 milhões de pessoas, incluindo luso-descendentes – e afirmou que os portugueses "contribuíram para que a França fosse o que é hoje".
Hollande deixou ainda uma nota sobre a necessidade de reforçar a aposta no ensino da Língua Francesa em Portugal e do ensino da Língua Portuguesa em França, defendendo que as duas línguas são "ferramentas" para "conservar os laços humanos que unem os dois países e o sentido da sua relação excepcional".