O Bairro Alto tem um novo inquilino: a Casa do Cinema
Rendas controladas e reforço da "componente cultural" do Bairro Alto numa iniciativa da Câmara de Lisboa que reúne nove associações do sector
Na assinatura do protocolo de cedência do espaço no Bairro Alto, “epicentro do cinema”, como descreveu a presidente da Associação Portuguesa de Realizadores (APR), Margarida Gil, oficializou-se então que a APR, a Academia Portuguesa de Cinema, e as promotoras dos festivais DocLisboa e Panorama (ambos da responsabilidade da Apordoc - Associação pelo Documentário) IndieLisboa (Zero em Comportamento), Temps d’Images e FUSO (Duplacena), FESTin (Associação Cultura e Cidadania de Língua Portuguesa), Queer Lisboa (Associação Janela Indiscreta), Monstra - Festival de Animação de Lisboa e MOTELx (Cineclube de Cinema de Terror Lisboa) vão partilhar casa.
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Na assinatura do protocolo de cedência do espaço no Bairro Alto, “epicentro do cinema”, como descreveu a presidente da Associação Portuguesa de Realizadores (APR), Margarida Gil, oficializou-se então que a APR, a Academia Portuguesa de Cinema, e as promotoras dos festivais DocLisboa e Panorama (ambos da responsabilidade da Apordoc - Associação pelo Documentário) IndieLisboa (Zero em Comportamento), Temps d’Images e FUSO (Duplacena), FESTin (Associação Cultura e Cidadania de Língua Portuguesa), Queer Lisboa (Associação Janela Indiscreta), Monstra - Festival de Animação de Lisboa e MOTELx (Cineclube de Cinema de Terror Lisboa) vão partilhar casa.
Nos três andares, num bairro onde a vereadora da Cultura disse querer “reforçar a componente cultural”, o ambiente era quase de festa na manhã de quinta-feira. As escadas viviam um corrupio, algumas salas já tinham os materiais das associações, como as águas-furtadas da Monstra, outras apenas escassas peças de mobiliário - e preciosidades como um dos dois únicos posters originais existentes de Aniki Bóbó, de Manuel de Oliveira, desenhado por Manuel de Guimarães e cedido à APR, instalada no piso abaixo, pela Cinemateca Portuguesa. Outras estavam ainda vazias, à espera da mudança.
A Casa do Cinema, onde cada um dos nove novos inquilinos pagará 56 euros mensais de renda, pode ser mais um elemento para “compensar as dificuldades que hoje enfrentam todos os agentes da área cultural”, disse Catarina Vaz Pinto na assinatura do protocolo de prazo ilimitado. “Não temos capacidade de nos substituir ao vazio dos outros”, disse por seu turno António Costa, questionado sobre se a autarquia estará a compensar as lacunas do Estado nos apoios ao funcionamento de sectores culturais portugueses. “Não nos podemos substituir ao Estado, mas temos investido cada vez mais nas áreas social e cultural”, mais afectadas pela crise, rematou.
Outra facilidade em ter numa mesma morada oito festivais e duas associações Para a APR, por exemplo, esta será a sua primeira sede. Já a Zero em Comportamento vê como uma “evidente vantagem poder estar num espaço com renda controlada”, como explicou Rui Pereira, e a realizadora Susana Sousa Dias, da direcção da Apordoc, responsável pelo festival Doclisboa, dissera já à agência Lusa que a Casa do Cinema foi uma tábua de salvação para a Apordoc, já numa “situação crítica” porque não estava “a conseguir sustentar” a sua sede.
Um dos objectivos da autarquia neste projecto da Casa do Cinema é “a criação de novos projectos colaborativos” entre os organismos que alberga, “essenciais à cidade”, nas palavras de António Costa.