Freitas do Amaral acredita que Cavaco acabará por dissolver Parlamento
O antigo ministro dos Negócios Estrangeiros criticou o Governo (pela austeridade e por não seguir o que prometera em campanha), o CDS (por não ter coragem para quebrar a coligação) e o PS (por não estar preparado para governar).
“Parece-me quase impossível que não haja [eleições antecipadas]”, sublinhou o histórico do CDS e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de José Sócrates, que afirmou estarem reunidas condições para um “cocktail explosivo”. Por um lado, argumentou, a execução orçamental de 2012 e a execução do primeiro trimestre de 2013 deverão ser negativas. Por outro, os outros países na Europa também atravessam dificuldades, prejudicando as exportações portuguesas. E aumentará o descontentamento com as políticas de austeridade e a subida de impostos. “A dissolução serve para interromper a legislatura e devolver o poder ao povo soberano para que confirme ou altere o rumo que está a ser seguido", argumentou.
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“Parece-me quase impossível que não haja [eleições antecipadas]”, sublinhou o histórico do CDS e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros de José Sócrates, que afirmou estarem reunidas condições para um “cocktail explosivo”. Por um lado, argumentou, a execução orçamental de 2012 e a execução do primeiro trimestre de 2013 deverão ser negativas. Por outro, os outros países na Europa também atravessam dificuldades, prejudicando as exportações portuguesas. E aumentará o descontentamento com as políticas de austeridade e a subida de impostos. “A dissolução serve para interromper a legislatura e devolver o poder ao povo soberano para que confirme ou altere o rumo que está a ser seguido", argumentou.
Freitas do Amaral disse não ser provável que o primeiro-ministro se demita ou que o CDS quebre a coligação. “O CDS tirar o tapete... Vontade não lhe falta, mas não tem coragem para isso”, disse, criticando o partido por estar a alinhar com políticas contrárias às ideias democrata-cristãs. O antigo governante classificou a coligação como uma “fachada”, mas notou que o PSD não consegue governar sem o CDS e que, se este fizesse cair o Governo, arriscar-se-ia a perder eleitorado.
As críticas às medidas do Governo foram várias, começando pelo facto de o PSD ter prometido em campanha fazer um ajustamento também por via da diminuição da despesa do Estado e, até agora, ter-se focado no aumento da receita. E defendeu ainda haver “muitas maneiras de cumprir o memorando, no seu espírito, sem ser tão fundamentalista na austeridade”.
Questionado sobre a preparação do PS para governar, Freitas do Amaral começou por tecer alguns elogios à capacidade crítica dos socialistas, mas considerou que estes não estão prontos para ser Governo, apesar de terem "grandes hipóteses" de ganhar as próximas eleições.
Respondendo a uma pergunta sobre a hipótese de remodelação governamental, Freitas do Amaral observou que "o dr. Miguel Relvas já devia ter saído há muito tempo por razões éticas" e que o ministro das Finanças deveria ser alguém "mais humanista". Classificando Pedro Passos Coelho como tendo "muito pouca experiência política", considerou que a decisão do primeiro-ministro de pôr Vítor Gaspar acima de Paulo Portas foi "falta de educação" e um "erro político".