Islamistas só libertam reféns se a França acabar com ofensiva no Mali
Ministério do Interior argelino confirma ataque a campo de gás. Islamistas dizem que raptaram 41 ocidentais. Media argelinos falam em dois mortos.
A informação foi dada por um porta-voz dos islamistas, que não se identificou, dizendo que os reféns incluem cidadãos do Japão, França, Noruega e Irlanda. Precisou que sete eram americanos.Os islamistas ameaçaram os reféns, caso não acabe "o ataque de França no Norte do Mali", segundo a agência Reuters.
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A informação foi dada por um porta-voz dos islamistas, que não se identificou, dizendo que os reféns incluem cidadãos do Japão, França, Noruega e Irlanda. Precisou que sete eram americanos.Os islamistas ameaçaram os reféns, caso não acabe "o ataque de França no Norte do Mali", segundo a agência Reuters.
Os combatentes estão dentro das instalações, que estão, por sua vez, rodeadas por forças de segurança argelinas. Os islamistas dizem que qualquer tentativa de libertar os reféns terá “um fim trágico” e um dos combatentes afirmou a uma agência noticiosa que durante o rapto outros militantes tinham colocado minas em volta do complexo.
O alegado responsável que primeiro anunciou que havia reféns tinha afirmado que a ofensiva no campo de gás é “uma reacção à ingerência flagrante da Argélia, que autorizou o uso do seu espaço aéreo pela aviação francesa para levar a cabo raides no Norte do Mali”.
Os combatentes islamistas atacaram as instalações gasíferas operadas pela empresa nacional argelina Sonatrach, em parceria com a britânica BP e a norueguesa Statoil perto de In Amenas, Leste, perto da fronteira com a Líbia.
Militantes extremistas tinham prometido retaliar pela intervenção francesa no Mali, que ajuda as forças do Governo do país a combater islamistas ligados à Al-Qaeda no Magrebe Islâmico.
Japão e Irlanda confirmam reféns
O Ministério do Interior da Argélia tinha antes relatado que um “grupo terrorista” fortemente armado tinha atacado um autocarro levando trabalhadores para a exploração. O ataque foi repelido “por unidades de acompanhamento”, mas morreu pelo menos um estrangeiro. Media estatais argelinos davam contra de dois estrangeiros mortos.
O grupo entrou então na base de operações e levou “um número indeterminado de trabalhadores, incluindo estrangeiros”, disse o Ministério do Interior. As primeiras notícias sobre o rapto davam conta de seis estrangeiros entre os reféns. As autoridades negaram ainda que, como foi inicialmente avançado, os extremistas tivessem vindo da Líbia.
Responsáveis locais indicaram ainda que cinco japoneses que trabalhavam numa empresa de engenharia tinham sido raptados, assim como um cidadão francês. O Governo irlandês confirmou que um cidadão da Irlanda tinha sido feito refém, enquanto um porta-voz do Governo japonês confirmou que japoneses tinham sido de facto raptados por combatentes.
A BP dizia, por outro lado, que ainda havia combatentes armados nas instalações, depois de antes ter dado conta apenas de um "incidente de segurança" no local.
Parece um campo militar
O diário britânico Financial Times descreve as instalações gasíferas perto de In Amenas dizendo que estas parecem mais um campo militar do que uma exploração de gás. O perímetro é patrulhado todas as noites por soldados de uma base militar perto, e todos os autocarros transportando trabalhadores de ou para o aeroporto são acompanhados por uma coluna militar.
Os trabalhadores não podem visitar cidades perto e os seus movimentos são restritos. Os que saem do campo fazem-no apenas sob escolta militar, continua o diário financeiro. Todas estas regras de segurança são decididas pelas autoridades argelinas e não pelas empresas a operar no local, sublinha o FT.