UE espera iniciar este ano conversações com a China para acordo sobre investimentos

A propósito da compra de parte da EDP por uma empresa estatal chinesa, o embaixador da UE em Pequim perguntou: "Seria possível uma companhia europeia fazer o mesmo na China?".

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Seria possível um empresa europeia entrar numa empresa chinesa como aconteceu com a EDP? Daniel Rocha

"Estamos prontos a iniciar as conversações", afirmou o diplomata na primeira conferência de imprensa do ano na capital chinesa e que serviu para apresentar a nova presidência rotativa da União Europeia até ao final de Junho de 2013, a cargo da Irlanda.

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"Estamos prontos a iniciar as conversações", afirmou o diplomata na primeira conferência de imprensa do ano na capital chinesa e que serviu para apresentar a nova presidência rotativa da União Europeia até ao final de Junho de 2013, a cargo da Irlanda.

A ideia de um acordo geral sobre investimentos entre a China e a UE foi lançada há cerca de um ano, mas aparentemente, falta ainda definir o seu âmbito.

Para os "27", os "princípios mais importantes" a consagrar dizem respeito à protecção dos investimentos, acesso aos mercados e igualdade de tratamento entre as empresas, realçou Marcus Ederer.

Evocando a compra de 21,35% do capital da EDP por uma empresa estatal chinesa, concretizada o ano passado, o embaixador da UE em Pequim perguntou: "Seria possível uma companhia europeia fazer o mesmo na China?".

"É por isso que insistimos que o acesso aos mercados e a igualdade de tratamento entre empresas façam parte das negociações do acordo", acrescentou o diplomata, respondendo implicitamente "não" àquela pergunta.

Marcus Ederer indicou ainda que o aparente atraso no lançamento das referidas conversações estará também relacionado com "o processo de transição" política em curso na China, iniciado em Novembro passado com o 18.º Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC) e que culminará com a formação de um novo Governo, em Março.

O primeiro-ministro, Wen Jiabao, que na última década representou a China nas cimeiras anuais com a UE, deverá então ser substituído pelo actual "número 2" da hierarquia do PCC, o vice-primeiro-ministro executivo, Li Keqiang.

Na conferência de imprensa, Marcus Ederer salientou que China e UE "têm a maior relação comercial do mundo" e são "profundamente interdependentes", e que as divergências políticas "não bloquearam o diálogo" entre Pequim e os "27".

"Os líderes europeus estão empenhados no diálogo com a nova liderança chinesa. As duas partes necessitam de crescimento e de um crescimento sustentado", disse o embaixador da UE.

Marcus Ederer agradeceu as "repetidas manifestações de confiança" do Governo chinês no futuro da UE e disse que a zona euro "está a caminho de ser da crise".

"Não abandonem a esperança. Tenham confiança", acrescentou.

A presidência irlandesa da União Europeia assentará na promoção de três valores , "Estabilidade, Emprego, Crescimento", anunciou o embaixador irlandês na China, Dellan Kelleher.