Todos menos Hugo Chávez na tomada de posse do Governo da Venezuela
O Presidente reeleito vai faltar à cerimónia de investidura do Governo. Supremo tribunal de Justiça defende "continuidade administrativa" e autoriza ausência de Chávez.
A Assembleia Nacional e o Supremo Tribunal de Justiça venezuelanos autorizaram o Presidente a prestar juramento numa data posterior, por entender que a “continuidade administrativa” do Executivo torna a posse uma mera formalidade.
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A Assembleia Nacional e o Supremo Tribunal de Justiça venezuelanos autorizaram o Presidente a prestar juramento numa data posterior, por entender que a “continuidade administrativa” do Executivo torna a posse uma mera formalidade.
“O poder executivo, constituído pelo Presidente, vice-presidente, ministros e demais órgãos e funcionários, seguirá exercendo as suas funções com fundamento no princípio da continuidade administrativa”, declarou a presidente do Supremo, Luisa Estella Morales.
A oposição, que tinha exigido a intervenção do tribunal para pôr fim ao impasse político colocado pela ausência do Presidente, hospitalizado há mais de três semanas, mostrou-se desagradada com a decisão, mas acabou por recuar nas críticas – e aparentemente desistiu de apelar às instâncias internacionais.
“O tribunal deu uma interpretação para resolver um problema que o Governo tem, mas o Presidente é Hugo Chávez”, declarou Henrique Capriles, o governador do estado de Miranda que disputou as eleições contra Chávez.
Uma marcha de apoio ao Presidente Hugo Chávez será o momento alto das celebrações de hoje. Como explicava à BBC Mundo um dos organizadores, Noel Márquez, o evento será uma “grande demonstração de força” e ao mesmo tempo uma mensagem para a direita, “que vai ver como o povo está com Chávez”.
“Vamos enviar para todo o mundo uma mensagem de tranquilidade e harmonia, e mostrar que somos um povo pacífico que luta pela justiça social”, disse.
Esta manhã, oito a onze pessoas terão morrido ne mais de 75 sofrido ferimentos na sequência de uma colisão de dois autocarros que transportavam simpatizantes de Hugo Chávez para Caracas.