Europa, figura da mitologia grega na origem do nome do continente europeu, terá o seu retrato nas novas notas que vão começam a circular nos 17 países do euro durante este ano.

Europa, figura da mitologia grega na origem do nome do continente europeu, terá o seu retrato nas novas notas que vão começam a circular nos 17 países do euro durante este ano.

A partir de Maio, haverá uma segunda série de denominações, inspirada precisamente na Grécia Antiga. A nova nota de cinco euros é a primeira a ser conhecida – foi apresentada nesta quinta-feira pelo BCE em Frankfurt.

Todas as denominações terão um novo desenho, mas a entrada em circulação vai ser gradual, feita ao longo de vários anos. Primeiro é introduzida a de cinco, depois a de dez euros e assim sucessivamente, por ordem ascendente do valor das notas.

Os cinzentos-esverdeados continuam a dominar os tons da nota de cinco euros. A dimensão mantém-se (120 por 62 milímetros), a inspiração na linguagem clássica também e o mesmo acontece com a bandeira da UE e a assinatura do presidente do banco central na parte da frente.

Que mudanças saltam à vista? O nome do euro em caracteres latinos e gregos é deslocado mais para o centro, o número cinco, antes encostado ao lado direito da nota, passa igualmente a parte central da nota, onde se fixam as estrelas amarelas. As iniciais do BCE passam para a margem esquerda. E tanto aqui como do lado direito haverá uma barra formada por uma série de linhas impressas em relevo.

O retrato de Europa, retirado de um vaso do século IV a.C. da colecção do Museu do Louvre, aparece na marca de água, o mesmo que surge na banda prateada do lado direito, onde se podem ainda ver algarismos, o símbolo do euro e uma janela.

“A utilização de retratos em notas de banco é uma tradição a nível mundial e estudos indicam que as pessoas tendem a reconhecer os rostos intuitivamente”, enquadra o Banco de Portugal num documento sobre estas alterações. Por isso a figura da mitologia grega foi escolhida “devido à sua clara associação com o continente europeu e também porque confere um toque humano às notas”.

Quer o BCE, com esta série “Europa”, dar um sinal de confiança no euro, regressando à civilização grega quando é a Grécia hoje um dos pólos da crise da dívida soberana? Mario Draghi, que no seu primeiro mandato à frente do BCE prometeu fazer tudo para salvar a moeda única, fez nesta quinta-feira um discurso que aponta para aí. “O euro tornou-se ao longo destes anos o símbolo mais visível da integração europeia”, afirmou, segundo a AFP, no Museu Arqueológico de Frankfurt am Main. Aqui, revelou a nova composição gráfica da nota, que diz “reflectir a unidade e a diversidade” da Europa.

Com esta nova série de notas, o BCE introduz “elementos de segurança novos e melhorados”, graças aos avanços na “tecnologia de produção de notas” desde a entrada da circulação do euro, em 2002.

Em 2012, revelou ainda hoje o BCE, foram encontradas 531.000 notas de euro falsas, das quais 11.440 em Portugal, onde a denominação mais apreendida foi a de 50 euros. Na zona euro, onde a mais falsificada é a nota de 20 euros, havia, em média, no segundo semestre do ano passado, 14.900 milhões de notas de euro genuínas em circulação.

Para preparar a introdução das novas notas de cinco euros, o Banco de Portugal celebrou um protocolo com a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal para formadores “darem a conhecer o euro aos associados”, lançou cursos de e-learning para bancos e colocou 32 formadores a cobrir “as necessidades de formação presencial em todo o território nacional”.