Miguel Esteves Cardoso é o novo autor da Porto Editora
Como É Linda a Puta da Vida sairá em Abril e é um livro de crónicas. É o primeiro livro de Miguel Esteves Cardoso na Porto Editora que irá reeditar a sua obra.
“Há uns seis ou sete anos, começámos um namoro, eu e a Porto Editora, e finalmente casámos”, brincou o autor de O Amor é Fodido, romance que foi publicado na Assírio & Alvim nos anos 1990 e que será agora reeditado pela Porto Editora. O autor esteve durante 27 anos na Assírio & Alvim, que entretanto foi adquirida pelo grupo Porto Editora. Agora, este grupo decidiu relançar Miguel Esteves Cardoso (MEC) fora do selo da sua antiga editora para que possa entrar noutros mercados a que a Assírio habitualmente não chega, como os hipermercados. Mário de Carvalho também é publicado nesta chancela.
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“Há uns seis ou sete anos, começámos um namoro, eu e a Porto Editora, e finalmente casámos”, brincou o autor de O Amor é Fodido, romance que foi publicado na Assírio & Alvim nos anos 1990 e que será agora reeditado pela Porto Editora. O autor esteve durante 27 anos na Assírio & Alvim, que entretanto foi adquirida pelo grupo Porto Editora. Agora, este grupo decidiu relançar Miguel Esteves Cardoso (MEC) fora do selo da sua antiga editora para que possa entrar noutros mercados a que a Assírio habitualmente não chega, como os hipermercados. Mário de Carvalho também é publicado nesta chancela.
“Estes anos, para mim, têm sido difíceis, embora tenham sido também felizes e bons. E o título deste livro de crónicas que vai sair em Abril acompanha dias bons e dias maus”, disse o autor. “Mas a coisa mais importante é que, mesmo nos dias maus, havia sempre momentos bons. É à própria pessoa que cabe decidir o dia. Por isso é que o livro se chama Como É Linda a Puta da Vida”, explicou MEC, que foi um dos fundadores do semanário O Independente e mudou o modo como se escreviam crónicas nos jornais em Portugal. O livro incluirá textos do PÚBLICO e de outros jornais e revistas, mas também crónicas que não saíram em lugar algum. “Eram quase quatro mil e foram reduzidas a 100. São sete anos.”
Quando esteve a ler as suas crónicas para fazer a selecção, Esteves Cardoso ficou surpreendido com “a quantidade de merda que uma pessoa escreve”. É um exercício que não recomenda a ninguém por ser profundamente deprimente: os computadores não se esquecem, não há maneira de aquilo se perder. Depois, de repente, aparece um texto que não é tão mau e uma pessoa fica contente, conta. “Lembro-me de que quando era novo tentava fazer: merda, merda, merda, e um [texto] bom. Mas era muito optimista. Agora era merda, merda, merda 19 vezes e depois um bom! Que sorte!”
“A vida é má e imprevisível e é uma puta. E não se percebe bem qual é o critério. Mas, por outro lado, é linda”, disse nesta apresentação em que estava acompanhado por Valter Hugo Mãe, escritor que deixou a Objectiva e também assinou contrato com a Porto Editora. É nesta casa que o autor de A Máquina de Fazer Espanhóis vai publicar o seu próximo romance, que se passa na Islândia mas ainda não tem título. Hugo Mãe faz parte da geração que cresceu a aprender o que era a liberdade com MEC, mas, até esta quinta-feira, não tinha conseguido encontrar-se com o cronista, que define como “uma pessoa rara”, em lugar nenhum.
Esteves Cardoso tem “um plano muito bom” para um novo romance, “algo de muito concreto” (brincou), mas que só lá para os seus 70 anos se concretizará. A Porto Editora irá reeditar ainda este ano A Causa das Coisas, Explicações de Português e Os Meus Problemas.
Haverá também novos romances de Luis Sepúlveda (História de um Gato e de um Rato que se Tornaram Amigos), Luís Miguel Rocha (A Filha do Papa), de António Mega Ferreira (Cartas de Casanova) e o já anunciado novo romance de Francisco José Viegas, ex-secretário de Estado da Cultura, O Colecionador de Erva. Também as crónicas de Manuel António Pina serão publicadas este ano pela Assírio & Alvim, Crónica, Saudade da Literatura.