Quem quiser abandonar a igreja de Tilburgo vai ter nome e foto à porta
Na Holanda, numa cidade do Sul, o padre está preocupado com os fiéis que abandonam a igreja.
O padre Harm Schilder é muito claro ao explicar o seu objectivo. “Trata-se de uma enorme paróquia e eu não conheço todos. Ao afixar as fotos, acredito que alguém reconheça alguém e tente convencê-lo a permanecer na igreja”, disse à agência AFP. O sacerdote sublinha que com esta medida não pretende “apontar o dedo” a ninguém, nem “utilizar a vergonha”. Trata-se apenas de garantir que a comunidade local possa rezar pelas pessoas que pretendem sair e que “consiga que fiquem”.
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O padre Harm Schilder é muito claro ao explicar o seu objectivo. “Trata-se de uma enorme paróquia e eu não conheço todos. Ao afixar as fotos, acredito que alguém reconheça alguém e tente convencê-lo a permanecer na igreja”, disse à agência AFP. O sacerdote sublinha que com esta medida não pretende “apontar o dedo” a ninguém, nem “utilizar a vergonha”. Trata-se apenas de garantir que a comunidade local possa rezar pelas pessoas que pretendem sair e que “consiga que fiquem”.
Segundo o padre, na altura do Natal a paróquia recebeu quatro pedidos de paroquianos para que os seus nomes fossem retirados dos registos da igreja. Para tal, as pessoas em causa terão enviado uma carta com cópias de documentos de identificação. São as fotos que estão nos documentos que o padre Harm Schilder pretende agora utilizar para afixar na igreja.
Os casos de alegada desistência da Igreja Católica terão surgido depois de, a 21 de Dezembro, o Papa Bento XVI ter apelado à luta contra o casamento homossexual. A Holanda foi, em Abril de 2001, o primeiro país do mundo a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A pouca abertura da Igreja Católica para a questão da homossexualidade tem levado a casos de abandono da fé cristã como protesto. Pelo menos 28% dos holandeses são católicos, 18% protestantes e 44% afirmam não ter religião.
O padre Harm Schilder tem um passado polémico em Tilburgo. Há cerca de três anos, a Justiça impediu que tocasse os sinos da igreja às 07h15, com o município local a limitar o ruído permitido antes das 07h30 para 80 decibéis. O sacerdote justificou que tocava os sinos àquela hora para apelar à oração como parte da liberdade religiosa.