Índia acusa Paquistão de matar dois soldados mutilando um deles
Segundo incidente em poucos dias em Caxemira, região disputada há 60 anos pelos dois países. Islamabad fala em "escalada significativa".
“Era uma patrulha terrestre e eles viram qualquer coisa de suspeito; de seguida houve uma troca de tiros com as tropas paquistanesas”, disse Rajesh L. Kalia, porta-voz do Comando do Norte dos militares indianos. “Perdemos dois soldados e um deles foi gravemente mutilado.”
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“Era uma patrulha terrestre e eles viram qualquer coisa de suspeito; de seguida houve uma troca de tiros com as tropas paquistanesas”, disse Rajesh L. Kalia, porta-voz do Comando do Norte dos militares indianos. “Perdemos dois soldados e um deles foi gravemente mutilado.”
Segundo Kalia, esta “intrusão” foi “uma escalada significativa… nas violações do cessar-fogo e tentativas de infiltração apoiadas pelo Exército do Paquistão”, cita a Reuters. “A troca de tiros continuou durante aproximadamente meia hora, até que os intrusos recuaram de regresso aos seus próprios postos, do seu lado da Linha de Controlo.”
O Exército de Islamabad desmentiu “as alegações indianas de disparos sem provocação” num comunicado escrito.
O incidente aconteceu no Sul de Caxemira, a cerca de 170 quilómetros da capital de Inverno da região, Jammu, dizem as televisões indianas citando responsáveis militares sob anonimato. Os mesmos que descrevem o ataque como uma emboscada dos soldados paquistaneses em território indiano que apanhou as tropas indianas de surpresa.
Domingo tinha sido o Paquistão a acusar as tropas indianas de atravessar a fronteira, a chamada Linha de Controlo, e devastado um posto militar, matando um soldado e ferido outro, alegação que Nova Deli desmentiu. Na verdade, a Índia acusou os paquistaneses de estarem por trás de “disparos injustificados” e anunciou já esta terça-feira que tinha respondido com “represálias controladas”.
Índia e Paquistão já se enfrentaram em três guerras, duas delas por causa da militarizada e dividida Caxemira, e estiveram à beira do conflito outras tantas vezes. Nos últimos anos, a tensão diminuiu, mas o impasse sobre a Caxemira manteve-se.