Durão Barroso: “Ameaça existencial contra o euro está ultrapassada”
Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, criticou Portugal por o debate da crise estar muito centrado no curto prazo.
Durão Barroso falava na sessão de abertura da conferência Portugal no Mundo, que marca os 40 anos do semanário Expresso, que decorre durante esta segunda-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Perante um auditório lotado, o presidente da CE afirmou que “a crise não é do euro” mas sim da dívida soberana e do sistema financeiro.
Sobre Portugal, o ex-primeiro-ministro criticou o país por o debate da crise estar muito centrado no curto prazo e apelou para que isso mude. O presidente da Comissão Europeia disse ainda que está a trabalhar com o Governo na luta contra o desemprego jovem, através do programa “Impulso Jovem”, que vai proporcionar estágios de formação a 90 mil portugueses. E afirmou que “a relação de Portugal com o mundo é uma história que tem de passar pela União Europeia”.
Sublinhando que a União Europeia (UE) já ultrapassou a ameaça que pairava sobre a moeda única, Durão Barroso lembrou que “há acidentes” e referiu que o rigor orçamental nas reformas laborais “é essencial no restabelecimento da confiança na estabilidade do euro”.
Para este responsável, a capacidade de controlar a derrapagem das contas públicas e o esforço que os governos têm feito – nomeadamente as reformas estruturais feitas em Espanha, Portugal, Grécia e Itália – são vistos como bons sinais e estão a ser bem recebidos pelos mercados.
“O facto de o BCE [Banco Central Europeu] ter anunciado compras ilimitadas da dívida soberana caso seja necessário e o fundo de um trilião de dólares, que é igual ao que o FMI [Fundo Monetário Internacional] tem para situações de emergência, foram importantes para restabelecer a confiança do mercado”, afirmou.
No seu discurso, Barroso reconheceu que a UE “poderia ter agido mais depressa” e que “não reagiu ao ritmo que outros gostariam”, mas salientou que a UE age “como bombeiro e arquitecto ao mesmo tempo” e está a fazer as mudanças necessárias.
Afirmou ainda que a crise também é uma questão política, porque na sua base está o facto de os Estados-membros estarem dispostos a fazer tudo o que for necessário para manter uma moeda única. Aproveitou ainda para criticar o “eurocepticismo” e a “eurofobia” de muitos políticos de todos os países da UE, que “quando corre algo mal europeízam o fracasso e quando corre algo bem nacionalizam o sucesso”.
Barroso garantiu que “o modelo social europeu não está morto”, mas reconheceu que tem de haver mudanças na economia social do mercado para enfrentar a globalização.
A conferência Portugal no Mundo abriu com o discurso de boas-vindas de Francisco Pinto Balsemão, presidente do Grupo Impresa e o o discurso do presidente da Comissão Europeia.
Além de Mário Soares e Felipe González, participarão durante todo o dia nos debates personalidades como José Ramos-Horta, ex-Presidente da República Democrática de Timor-Leste; Joaquim Chissano, ex-Presidente da República de Moçambique; Celso Lafer, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil; António Damásio, professor universitário; Miguel Poiares Maduro, professor de Direito Europeu no European University Institute; e Henrique de Castro, director de operações da Yahoo.
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Durão Barroso falava na sessão de abertura da conferência Portugal no Mundo, que marca os 40 anos do semanário Expresso, que decorre durante esta segunda-feira no Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Perante um auditório lotado, o presidente da CE afirmou que “a crise não é do euro” mas sim da dívida soberana e do sistema financeiro.
Sobre Portugal, o ex-primeiro-ministro criticou o país por o debate da crise estar muito centrado no curto prazo e apelou para que isso mude. O presidente da Comissão Europeia disse ainda que está a trabalhar com o Governo na luta contra o desemprego jovem, através do programa “Impulso Jovem”, que vai proporcionar estágios de formação a 90 mil portugueses. E afirmou que “a relação de Portugal com o mundo é uma história que tem de passar pela União Europeia”.
Sublinhando que a União Europeia (UE) já ultrapassou a ameaça que pairava sobre a moeda única, Durão Barroso lembrou que “há acidentes” e referiu que o rigor orçamental nas reformas laborais “é essencial no restabelecimento da confiança na estabilidade do euro”.
Para este responsável, a capacidade de controlar a derrapagem das contas públicas e o esforço que os governos têm feito – nomeadamente as reformas estruturais feitas em Espanha, Portugal, Grécia e Itália – são vistos como bons sinais e estão a ser bem recebidos pelos mercados.
“O facto de o BCE [Banco Central Europeu] ter anunciado compras ilimitadas da dívida soberana caso seja necessário e o fundo de um trilião de dólares, que é igual ao que o FMI [Fundo Monetário Internacional] tem para situações de emergência, foram importantes para restabelecer a confiança do mercado”, afirmou.
No seu discurso, Barroso reconheceu que a UE “poderia ter agido mais depressa” e que “não reagiu ao ritmo que outros gostariam”, mas salientou que a UE age “como bombeiro e arquitecto ao mesmo tempo” e está a fazer as mudanças necessárias.
Afirmou ainda que a crise também é uma questão política, porque na sua base está o facto de os Estados-membros estarem dispostos a fazer tudo o que for necessário para manter uma moeda única. Aproveitou ainda para criticar o “eurocepticismo” e a “eurofobia” de muitos políticos de todos os países da UE, que “quando corre algo mal europeízam o fracasso e quando corre algo bem nacionalizam o sucesso”.
Barroso garantiu que “o modelo social europeu não está morto”, mas reconheceu que tem de haver mudanças na economia social do mercado para enfrentar a globalização.
A conferência Portugal no Mundo abriu com o discurso de boas-vindas de Francisco Pinto Balsemão, presidente do Grupo Impresa e o o discurso do presidente da Comissão Europeia.
Além de Mário Soares e Felipe González, participarão durante todo o dia nos debates personalidades como José Ramos-Horta, ex-Presidente da República Democrática de Timor-Leste; Joaquim Chissano, ex-Presidente da República de Moçambique; Celso Lafer, ex-ministro das Relações Exteriores do Brasil; António Damásio, professor universitário; Miguel Poiares Maduro, professor de Direito Europeu no European University Institute; e Henrique de Castro, director de operações da Yahoo.