Feira começa obra do parque empresarial que visa acabar com as sucatas

Autarcas responsabilizaram o poder central pelo facto de o projecto ter precisado de oito anos para chegar, agora, à fase de obra.

O projecto intermunicipal, que envolve os concelhos da Feira, São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra e Arouca, visa criar um dos maiores parques empresariais do norte do país, com 433 mil metros quadrados. Vai disponibilizar 116 lotes a empresários que se dediquem ao armazenamento e recuperação de materiais, nomeadamente veículos em fim de vida, resíduos metálicos, eléctricos e electrónicos.

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O projecto intermunicipal, que envolve os concelhos da Feira, São João da Madeira, Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra e Arouca, visa criar um dos maiores parques empresariais do norte do país, com 433 mil metros quadrados. Vai disponibilizar 116 lotes a empresários que se dediquem ao armazenamento e recuperação de materiais, nomeadamente veículos em fim de vida, resíduos metálicos, eléctricos e electrónicos.

O espaço é apresentado como um condomínio empresarial que terá um edifício de acolhimento com um pequeno auditório, salas de reuniões, escritórios e uma zona de restauração. Mais de 200 postos de trabalho serão criados neste investimento de cerca de 15 milhões de euros, oito dos quais comparticipados por fundos comunitários. O prazo de execução previsto é de 18 meses. 

O projecto foi apresentado esta sexta-feira na Biblioteca Municipal da Feira, na presença do secretário de Estado da Economia, Almeida Henriques. O presidente da Câmara da Feira, Alfredo Henriques, não deixou passar em branco os oito anos que demoraram para que o PERM fosse agora realidade. “Foi um processo longo, porque a burocracia deste país assim o impôs”.

A crítica foi desenvolvida pelo presidente da Câmara de São João da Madeira e da Associação de Municípios das Terras de Santa Maria, Castro Almeida. “Quando se escreve uma carta e se coloca a palavra 'Lisboa' no endereço, começa o nosso inferno. Caímos no purgatório”, disse, referindo-se a uma “desconfiança permanente do poder central em relação ao poder local”.

O secretário de Estado Almeida Henriques respondeu: “Se há Governo que lançou guerra à burocracia, é claramente este ”. Para o governante, o PERM é um projecto que “traduz visão e ambição regional” e “um bom exemplo de cooperação”.

O parque resulta de uma parceria público-privada, em que o risco está apenas do lado dos investidores privados. E haverá descontos para as empresas sucateiras que poderão comprar o metro quadrado entre 29 e 34 euros até 31 de Março. Desconto que abrangerá outras indústrias de 1 de Abril a 30 de Junho. Depois, os preços aumentam para entre 34 e 39 euros.

Para Emídio Sousa, presidente do conselho de administração do PERM, “este é um projecto extremamente virtuoso, porque resolve um problema gravoso em termos ambientais, um problema paisagístico, e [promove] o ordenamento do território”.