Criança de seis anos suspensa de escola nos EUA por fingir disparo sobre colega
Três semanas depois do massacre numa escola primária de Newtown, os Estados Unidos estão longe de recuperar da morte de 20 crianças. Numa escola de Maryland, um aluno simulou um disparo sobre uma colega. Foi punido com um dia de suspensão.
No dia 20 de Dezembro, os pais de um aluno da escola primária Roscoe Nix, em Montgomery, Maryland, receberam uma carta da direcção do estabelecimento de ensino em que lhes era dito que o filho, de seis anos, “ameaçou disparar sobre um aluno” depois de ter já sido repreendido por causa de um comportamento semelhante. A criança seria suspensa durante um dia e ficaria impedida de frenquentar a escola no dia seguinte.
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No dia 20 de Dezembro, os pais de um aluno da escola primária Roscoe Nix, em Montgomery, Maryland, receberam uma carta da direcção do estabelecimento de ensino em que lhes era dito que o filho, de seis anos, “ameaçou disparar sobre um aluno” depois de ter já sido repreendido por causa de um comportamento semelhante. A criança seria suspensa durante um dia e ficaria impedida de frenquentar a escola no dia seguinte.
O Washington Post avança nesta quinta-feira que os encarregados de educação pediram apoio ao seu advogado para esclarecer o assunto com a escola. Em resposta ao pedido da família, a advogada que representa a direcção da Roscoe Nix afirmou que um dos pais da criança já tinha sido alertado para o comportamento do menor e que este lhe poderia valer uma suspensão. Ainda segundo Judith Bresler, citada pelo jornal, um conselheiro teve uma “longa conversa” com o aluno onde lhe foi explicado que era inapropriado “utilizar objectos para fazer gestos de disparo” e que aquele era um assunto sério. “Porém, depois da reunião com o conselheiro e assistente do director, o rapaz escolheu apontar o seu dedo a uma colega e disse ‘pow’”, remata a carta dirigida à família do aluno de seis anos.
Os pais da criança contestam a decisão da escola e exigem que o incidente seja retirado dos registos escolares do filho, receando as consequências a longo prazo de uma suspensão no percurso académico da criança. O Washington Post indica que a direcção da Roscoe Nix está a analisar o pedido.
Para já, o advogado da família, Robin Ficker, afirma que a criança, um rapaz calmo, “não tinha a intenção de disparar sobre ninguém”. “Nas suas palavras, ele estava a brincar”, acrescentou.
O representante dos pais considera que a reacção da escola ao incidente pode ser explicada com a tragédia de Newtown, onde morreram 26 pessoas, 20 delas crianças, mas que este tipo de punição pode ter consequências sobre a criança. “Pegaram na pior interpretação possível de uma pequena acção de uma criança e, dentro de cinco anos, se se envolver numa luta, vão recordar o passado e dizer ‘este é um menino mau’”, argumentou Robin Ficker.
A porta-voz do agrupamento de escolas de Montgomery, que inclui a escola primária Roscoe Nix, defende numa declaração ao Washington Post que esta não foi uma resposta exagerada a um incidente isolado. “Garantimos sempre que há uma conversa clara com o aluno e os pais sobre quaisquer comportamentos que têm de ser alterados e sobre quais são as consequências se esses comportamentos se mantiverem”, sustentou Dana Tofig. A porta-voz acrescenta que as escolas têm que actuar sobre comportamentos que afectem o sentimento de segurança nos estabelecimentos de ensino.
A suspensão do aluno de seis anos surge quando em Maryland e noutros estados norte-americanos se tenta reduzir castigos como a suspensão de um aluno, que, segundo estudos realizados no país, têm contribuído nas últimas décadas para um decréscimo do aproveitamento escolar e para que os alunos desistam da escola.