Seis suspeitos acusados da morte e violação de rapariga indiana

Detidos foram acusados de um crime punível com a pena capital. Governo e Sonia Gandhi dizem que indignação das mulheres está a ser "ouvida"

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Este sábado, em comunicado divulgado logo pela manhã, o comissário de polícia Neeraj Kumar reivindicou a manutenção da ordem na cidade após os eventos que se seguiram à morte da jovem e anunciou o fecho da área em torno do monumento Portão da Índia, para onde têm convergido os manifestantes em defesa dos direitos das mulheres indianas, vítimas de violência, apelando à calma.

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Este sábado, em comunicado divulgado logo pela manhã, o comissário de polícia Neeraj Kumar reivindicou a manutenção da ordem na cidade após os eventos que se seguiram à morte da jovem e anunciou o fecho da área em torno do monumento Portão da Índia, para onde têm convergido os manifestantes em defesa dos direitos das mulheres indianas, vítimas de violência, apelando à calma.

O chefe do governo local, em Nova Deli, Sheila Dikshit, também lançou um apelo à calma. "Muito em breve, serão tomadas decisões e serão sólidas" para proteger as mulheres na capital indiana"Por favor, mantenham a calma e, ao mesmo tempo, temos de assegurar que todo o possível é feito para garantir a segurança das mulheres", disse aos jornalistas.

A pena máxima para a acusação de homicídio é a morte. Mas a maioria dos crimes sexuais na Índia nem sequer são denunciados e, quando o são, raramente são punidos. A justiça move-se muito lentamente, acusam activistas citados pela Reuters, que dizem que os governos pouco têm feito para garantir a segurança das mulheres indianas no seu próprio país. 

"Chegou a hora de um debate sem paixões e de uma investigação sobre as mudanças fundamentais nas atitudes sociais que são necessárias", disse o primeiro-ministro Manmohan Singh. O Governo fretou um avião para trazer o corpo da jovem violada de volta à Índia esta manhã, bem como a sua família. O cadáver, embalsamado, foi transportado num caixão hindu verde e dourado, relata a Reuters.

Sonia Gandhi, a poderosa líder do Partido do Congresso (no poder), dirigiu-se através da televisão pública aos manifestantes que se juntaram em cidades como Lucknow, Hyderabad, Chennai, Kolkata e Mumbai, para exigir uma punição severa para os violadores, afirmando que como mãe e como mulher compreendia o que sentiam. "A vossa voz foi ouvida", assegurou Gandhi. "Só aprofunda a nossa determinação em combater as atitudes sociais vergonhosas e tão espalhadas que permitem aos homens violar e molestar mulheres com tanta impunidade."