Lisboa, Porto e Setúbal são os distritos com mais centros comerciais
Relatório da CIP indica que os centros comerciais de maior dimensão localizavam-se em Setúbal e Lisboa.
Os dados constam de um documento da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) sobre comércio de proximidade, da autoria de João Barreta e inserido no projecto “Fazer Acontecer a Regeneração Urbana”.
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Os dados constam de um documento da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) sobre comércio de proximidade, da autoria de João Barreta e inserido no projecto “Fazer Acontecer a Regeneração Urbana”.
Com base nos dados disponíveis, o relatório indica que em termos absolutos, em 2006, o distrito de Lisboa tinha cerca de 38 mil estabelecimentos de comércio a retalho e pouco mais de 8700 dedicados ao comércio por grosso.
Já no distrito do Porto existiam 24.725 estabelecimentos de comércio a retalho e 7053 no comércio por grosso.
No ranking dos cinco distritos com maior peso em termos do total de estabelecimentos de comércio a retalho encontravam-se Lisboa (21%), Porto (13,7%), Setúbal (10,2%), Aveiro (6,6%) e Braga (6,3%), que representavam no seu conjunto mais de 57% (104.268 estabelecimentos) do país.
Já em 2010, ao nível de centros comerciais, os distritos com maior número eram Lisboa (24,4%, o que representava 30 empreendimentos), Porto (20,3%, 25 empreendimentos), Setúbal (9,8%, 12 empreendimentos), Braga (6,5%, oito empreendimentos) e Faro (6,5%, oito empreendimentos).
Os centros comerciais de maior dimensão localizavam-se em Setúbal (média de 97 lojas por centro comercial) e Lisboa (média de 95 lojas por centro comercial) e entre os 123 existentes em todo o país há dois anos somavam-se cerca de 8950 lojas.
Apesar de não existir informação específica sobre o encerramento de estabelecimentos comerciais, o relatório nota ser “bem visível” o aumento do número de espaços devolutos no centro das cidades por motivo de encerramento de lojas.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), entre 2008 e 2010 o número de empresas no sector do comércio diminuiu quase 9% (perto de 25 mil empresas), ou seja, o decréscimo foi de 8300 empresas por ano, 692 empresas por mês e 23 empresas por dia.
Como tendências de evolução no comércio de proximidade, o relatório indica maiores preocupações em conhecer o cliente, passando por uma aposta maior na área do marketing, e a valorização do serviço de venda e pós-venda, em vez de uma exclusividade do factor preço.
Na lista está ainda a “consolidação e afirmação do ato de compra como acto lúdico”, o acréscimo da implantação do comércio de marcas, a expansão dos supermercados de média (e menor) dimensão, a crescente utilização de novas tecnologias e a aposta em formatos como hard discount, discount, low cost e marcas brancas, bem como em nichos de mercado.
No relatório da CIP, recorda-se que o comércio faz “parte da razão de ser das cidades”, mas uma “parte significativa do sector é, de facto, uma realidade demasiado desconhecida no nosso país”.
Como justificação, o autor lembra a falta de estatísticas sobre esta área e um maior reconhecimento da sua importância e do seu papel estratégico na economia local, regional e nacional.
Para o trabalho, João Barreta definiu que o comércio de proximidade “vai para além do tradicional” e “está próximo da sua procura, não só fisicamente, mas também, e principalmente, social, cultural, patrimonial e ... comercialmente”.