Treze meses para "salvar Itália"

Chegou ao poder numa altura em que Itália estava à beira da bancarrota, enfrentou a crise da zona euro e aplicou aos italianos uma severa cura de austeridade.

Foto
Monti em Bruxelas: a Europa gosta dele JOHN THYS/AFP

9 de Novembro de 2011: o antigo professor de economia e ex-comissário europeu Mario Monti é nomeado senador vitalício pelo Presidente Giorgio Napolitano, no dia seguinte ao anúncio da demissão do chefe de Governo Silvio Berlusconi, incapaz de enfrentar as turbulências dos mercados financeiros e as crises na sua maioria parlamentar.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

9 de Novembro de 2011: o antigo professor de economia e ex-comissário europeu Mario Monti é nomeado senador vitalício pelo Presidente Giorgio Napolitano, no dia seguinte ao anúncio da demissão do chefe de Governo Silvio Berlusconi, incapaz de enfrentar as turbulências dos mercados financeiros e as crises na sua maioria parlamentar.

12 de Novembro: Berlusconi apresenta oficialmente a sua demissão ao Presidente Napolitano.

16 de Novembro: Monti obtém a confiança do Parlamento, com o apoio de uma maioria híbrida formada pela esquerda, a direita berlusconiana e do centro, e assume funções como chefe de Governo tendo por objectivo salvar a terceira economia da zona euro de uma possível falência. Compromete-se a fazer de Itália um “elemento de força” na Europa e exorta os italianos a fazerem “um esforço conjunto” para sair da crise da dívida.

22 de Dezembro de 2011: o Parlamento adopta uma série de medidas de austeridade, incluindo um aumento dos impostos e uma reforma radical das reformas no quadro de uma lei chamada “Salvar Itália”, elaborada pelos ministros tecnocratas do Governo Monti em algumas semanas.

1 de Fevereiro de 2012: Mario Monti provoca uma polémica ao afirmar que os contratos de trabalho de duração indeterminada são “monótonos” e ao denunciar o mito do "emprego fixo para toda a vida", numa altura em que a Itália enfrentava números recorde de desemprego. O seu Governo avança com reformas para pôr fim aquilo que considera ser um “terrível apartheid” entre titulares de empregos fixos e os precários no mercado de trabalho.

25 de Março: O “Professor” vai à China, ao Japão e à Coreia do Sul para a primeira de uma série de viagens destinadas a sossegar os investidores e convencê-los que Itália é um destino seguro para investir, ao mesmo tempo que reforça o estatuto de exportador de Itália.

27 de Junho: o Parlamento italiano adopta uma reforma controversa do mercado de trabalho que facilita os despedimentos e as novas contratações. A reforma surge após meses de duras negociações com os sindicatos.

29 de Junho: em Bruxelas, os países da zona euro chegam a um acordo crucial que autoriza a compra de obrigações de Tesouro dos Estados em dificuldades, depois de uma intensa campanha de lobbying de Monti.

6 de Dezembro: o Povo da Liberdade, o partido de Silvio Berlusconi, retira o seu apoio parlamentar ao governo de Mario Monti por considerar que a sua política económica mergulhou Itália na recessão e agravou a dívida e o desemprego.

8 de Dezembro: Berlusconi anuncia que será candidato pela sexta vez ao posto de primeiro-ministro nas próximas eleições. Algumas horas depois, Monti anuncia que se demite após a aprovação do orçamento para 2013 no Parlamento, provocando a convocação de eleições antecipadas.

21 de Dezembro: o orçamento é aprovado, Monti demite-se e as eleições são marcadas para 24 e 25 de Fevereiro