Serralves em 2013 ainda é João Fernandes

Foto
Cildo Meireles em 2009, numa visita guiada a Red Shift, exposição organizada pelo Museu Universitário de Arte Contemporânea da Cidade do México ELIANA APONTE/ REUTERS

Há um abrir e fechar de ciclo simbólico (ainda que absolutamente casual) na programação de 2013 do Museu de Serralves: em Outubro, a exposição dedicada à obra do artista brasileiro Cildo Meireles será a penúltima ainda da responsabilidade de João Fernandes; é também uma exposição deste artista a primeira que João Fernandes se lembra de ter montado na instituição portuense, em 1996, ainda antes da inauguração do museu (1999), e deverá ser também a primeira que montará em Madrid, no Reina Sofia, que é co-produtor da mostra e onde, a partir de Janeiro, assumirá oficialmente funções como subdirector.

Em Serralves, Cildo Meireles (n. 1948) ocupará metade do museu com cerca de 50 obras, algumas das quais novas ou apresentadas pela primeira vez na Europa. Será a penúltima exposição do ano, antes da primeira retrospectiva dedicada à palestiniana Ahlam Shibli (n. 1970), que volta a expor no museu depois de em 2010-2011 ter participado na mostra Às Artes, Cidadãos! - numa co-produção com o Jeu de Paume, de Paris, e o MACBA, de Barcelona, Ahlam Shibli mostrará, desta vez, as suas imagens do quotidiano palestiniano.

Mas o ano começa com dois artistas portugueses. Primeiro, um dos artistas nacionais de referência para as décadas de 1960 e 1970: em Março, uma vez acabada a retrospectiva dedicada a Julião Sarmento, Alberto Carneiro (n. 1937) ocupará várias salas do museu com uma série de novos trabalhos desenvolvidos nos últimos dois anos em que dará continuidade à exploração da relação entre a arte e a natureza que tem sido a marca da sua obra desde o início. No mesmo mês, entre Serralves e a Fundação Carmona e Costa, em Lisboa, João Fernandes e Manuel Costa Cabral, ex-director do Serviço de Belas Artes da Gulbenkian, comissariam duas mostras complementares sobre a obra em desenho de Jorge Martins (n. 1940), cobrindo a produção deste artista, nesta área, de 1960 à actualidade.

As duas restantes exposições da programação do museu - exceptuando as eventuais mostras da colecção, já da responsabilidade da nova directora, a britânica Suzanne Cotter - serão uma antológica do norte-americano Mel Bochner (n. 1940), focada na importância da cor na obra de um dos pioneiros da arte conceptual que dedicou grande parte da sua obra à exploração da representação visual da palavra, e uma exposição de Alexandre Estrela (n. 1971) que será, simultaneamente, o projecto de doutoramento deste artista, um investigador sistemático da ideia da materialidade da imagem videográfica, trabalhando as intersecções entre a obra projectada e os suportes dessa projecção.

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Há um abrir e fechar de ciclo simbólico (ainda que absolutamente casual) na programação de 2013 do Museu de Serralves: em Outubro, a exposição dedicada à obra do artista brasileiro Cildo Meireles será a penúltima ainda da responsabilidade de João Fernandes; é também uma exposição deste artista a primeira que João Fernandes se lembra de ter montado na instituição portuense, em 1996, ainda antes da inauguração do museu (1999), e deverá ser também a primeira que montará em Madrid, no Reina Sofia, que é co-produtor da mostra e onde, a partir de Janeiro, assumirá oficialmente funções como subdirector.

Em Serralves, Cildo Meireles (n. 1948) ocupará metade do museu com cerca de 50 obras, algumas das quais novas ou apresentadas pela primeira vez na Europa. Será a penúltima exposição do ano, antes da primeira retrospectiva dedicada à palestiniana Ahlam Shibli (n. 1970), que volta a expor no museu depois de em 2010-2011 ter participado na mostra Às Artes, Cidadãos! - numa co-produção com o Jeu de Paume, de Paris, e o MACBA, de Barcelona, Ahlam Shibli mostrará, desta vez, as suas imagens do quotidiano palestiniano.

Mas o ano começa com dois artistas portugueses. Primeiro, um dos artistas nacionais de referência para as décadas de 1960 e 1970: em Março, uma vez acabada a retrospectiva dedicada a Julião Sarmento, Alberto Carneiro (n. 1937) ocupará várias salas do museu com uma série de novos trabalhos desenvolvidos nos últimos dois anos em que dará continuidade à exploração da relação entre a arte e a natureza que tem sido a marca da sua obra desde o início. No mesmo mês, entre Serralves e a Fundação Carmona e Costa, em Lisboa, João Fernandes e Manuel Costa Cabral, ex-director do Serviço de Belas Artes da Gulbenkian, comissariam duas mostras complementares sobre a obra em desenho de Jorge Martins (n. 1940), cobrindo a produção deste artista, nesta área, de 1960 à actualidade.

As duas restantes exposições da programação do museu - exceptuando as eventuais mostras da colecção, já da responsabilidade da nova directora, a britânica Suzanne Cotter - serão uma antológica do norte-americano Mel Bochner (n. 1940), focada na importância da cor na obra de um dos pioneiros da arte conceptual que dedicou grande parte da sua obra à exploração da representação visual da palavra, e uma exposição de Alexandre Estrela (n. 1971) que será, simultaneamente, o projecto de doutoramento deste artista, um investigador sistemático da ideia da materialidade da imagem videográfica, trabalhando as intersecções entre a obra projectada e os suportes dessa projecção.