Catalina Pestana já foi ouvida no DIAP sobre alegada pedofilia na Igreja
Inquérito foi aberto na semana passada a pedido da Procuradoria-Geral da República.
“Sei que há casos de pedofilia, só na diocese de Lisboa conheço cinco”, disse ao PÚBLICO Catalina Pestana no sábado, 8 de Dezembro, depois de afirmar não estar surpreendida com a detenção de um padre, no Fundão, suspeito de abuso sexual de crianças. Na semana passada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) determinou a abertura de um inquérito.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
“Sei que há casos de pedofilia, só na diocese de Lisboa conheço cinco”, disse ao PÚBLICO Catalina Pestana no sábado, 8 de Dezembro, depois de afirmar não estar surpreendida com a detenção de um padre, no Fundão, suspeito de abuso sexual de crianças. Na semana passada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) determinou a abertura de um inquérito.
Há pelo menos dois anos que a Rede de Cuidadores, uma associação criada depois do escândalo da Casa Pia de Lisboa, diz que há casos de pedofilia na Igreja, em Portugal. A associação, fundada pela ex-provedora da Casa Pia e pelo psiquiatra Álvaro de Carvalho, dirigiu, em 2010, uma carta a D. José Policarpo e a D. Jorge Ortiga propondo uma “conversa discreta” sobre “denúncias” de abusos que lhes tinham chegado.
D. Jorge Ortiga, então presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, chegou a receber ambos, mas já explicou que não lhe foram apresentados casos concretos. D. José Policarpo tem negado que alguma vez tenha sido informado de suspeitas de abusos. Catalina Pestana tem dito que o informou pessoalmente.
A PGR não adianta mais detalhes sobre o inquérito em curso. Álvaro de Carvalho faz saber que não foi chamado a prestar declarações. Pelo menos até agora.
O psiquiatra já esclareceu, contudo, que as denúncias que a Rede tem vindo a querer denunciar “não eram casos recentes, eram casos antigos”, alguns prescritos, ou seja, não diziam respeito a abusos que estivessem a acontecer naquele momento. “Mas achámos que a Igreja devia retractar-se”, como estava a acontecer em todo o mundo, em relação a este assunto.