Pessoas sem religião são o terceiro maior grupo "religioso"
O mesmo estudo revela, no entanto, que cerca de 84% da população mundial tem algum tipo de crença e que o cristianismo continua a ser a religião com maior representação mundial
As pessoas sem religião são o terceiro maior grupo religioso no mundo, depois dos cristãos e muçulmanos, que ocupam o primeiro e segundo lugares.
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As pessoas sem religião são o terceiro maior grupo religioso no mundo, depois dos cristãos e muçulmanos, que ocupam o primeiro e segundo lugares.
Estima-se que 1100 milhões de pessoas, cerca de 16% da população mundial, não tenham qualquer filiação religiosa, segundo um estudo demográfico realizado pelo Fórum sobre Religião e Vida Pública do Pew Research Center, com base em dados recolhidos em 2010 em 230 países e territórios.
O mesmo estudo revela, no entanto, que cerca de 84% da população mundial tem algum tipo de crença e que o cristianismo continua a ser a religião com maior representação mundial.
O estudo do Pew Research Center, divulgado esta terça-feira, conclui que existem 2200 milhões de cristãos, 32% da população mundial em 2010; 1600 milhões de muçulmanos (23%); mil milhões de hindus (15%), perto de 500 milhões de budistas (7%) e 14 milhões de judeus (0,2%).
Há ainda uma outra fatia neste todo global, as pessoas que praticam religiões tribais ou tradicionais. Neste grupo, que representa 6% da população mundial (400 milhões) estão incluídos credos tradicionais africanos, chineses, índios e aborígenes. Por fim, há 58 milhões (1%) que acreditam noutras religiões.
Com base em dados recolhidos em seis regiões – Ásia e Pacífico, Europa, América Latina e Caraíbas, Médio Oriente e Norte de África, América do Norte e África sub-saariana –, as pessoas sem religião (ateístas ou agnósticos) mas que na maioria dos casos admite ter alguma espécie de crença espiritual, como acreditar numa entidade superior, são em maior número na Ásia e Pacífico. Cerca de 76% dos “sem religião” estão aí concentrados.
A China é o país onde este grupo tem a sua maior representatividade (700 milhões), seguido do Japão e dos Estados Unidos. Por exemplo, o estudo indica que 7% de adultos chineses, 30% de adultos franceses e 68% de norte-americanos afirmaram acreditar em Deus ou num ente superior.
Cristãos e muçulmanos no topo
De acordo com os 2500 censos, inquéritos e registos populacionais utilizados para o estudo para determinar a dimensão e distribuição dos maiores grupos religiosos, o cristianismo e o islão continuam a ser dominantes.
No caso do cristianismo, é na Europa que estão a maioria dos crentes (mais de 558 milhões), seguindo-se a América Latina (mais de 531 milhões) e a África subsaariana (mais de 517 milhões). Esta é a religião “mais dispersa” demograficamente, sublinha o estudo.
Por sua vez, é na Ásia e Pacífico que a religião muçulmana tem a mair parte dos seus seguidores (62%), sendo na Índia, Nepal e Bangladesh os países com maior peso. Perto de 20% vive no Médio Oriente e Norte de África e 16% tem raízes em países da África subsaariana.
É também na região da Ásia e Pacífico que está concentrada a maioria dos hindus (99%), budistas (99%), seguidores de religiões tribais ou tradicionais (90%) e membros de outros cultos religiosos (89%).
O Pew Research Center revela ainda que a maior parte dos judeus (44% da comunidade) vive na América do Norte e cerca de 41% no Médio Oriente e Norte de África, “a maioria em Israel”.
Quanto às idades dos praticantes de cada religião, a análise aponta que “algumas religiões têm populações mais jovens em média do que outras” e que “a diferença de idades reflecte a distribuição geográfica dos grupos religiosos”.
“Os que estão concentrados na China e em países industrializados, onde o crescimento populacional é mais lento, tendem a ser mais velhos”, sublinha o documento. Assim, a média de idade é mais baixa entre os crentes muçulmanos (23 anos) e os hindus (26).
Por outro lado, os seguidores cristãos têm uma média de idade de 30 anos e os judeus de 36. Outras religiões, seguidores de religiões tribais ou tradicionais, pessoas sem filiação religiosa e budistas têm crentes com uma média de idades de 32 e 33 nos dois primeiros casos e 34 nos dois últimos.
O estudo do Pew Research Center revela que Portugal continua a ser um país cristão: 93,8%. O segundo grupo com maior representação pertence às pessoas sem religião (4,4%), seguindo-se os seguidores do islão e do budismo (ambos com 6%), os crentes em cultos tradicionais (0,5%), hindus (0,1%) e outras religiões e judeus (com uma representação inferior a 0,1%).