Obama pede ideias para controlar armas de fogo

Primeiro esforço do Presidente americano para tentar regular uso de armas. Vice Joe Biden vai coordenar iniciativa. Congressistas democratas apoiados pelo do lobby das armas dispostos a mudar a situação

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Posse de armas está regulado pela Constituição Scott Olson/Getty Images/AFP

Após a morte das 20 crianças e seis mulheres numa escola do Connecticut, pela mão de um homem de 20 anos que usou as armas da mãe – que o terá ensinado a disparar –, até mesmo alguns dos políticos norte-americanos que mais defendem a Segunda Emenda da Constituição Americana – a que estabelece que qualquer cidadão dos EUA tem direito ao porte de arma de fogo – balançaram nas convicções. Pelo menos os democratas.

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Após a morte das 20 crianças e seis mulheres numa escola do Connecticut, pela mão de um homem de 20 anos que usou as armas da mãe – que o terá ensinado a disparar –, até mesmo alguns dos políticos norte-americanos que mais defendem a Segunda Emenda da Constituição Americana – a que estabelece que qualquer cidadão dos EUA tem direito ao porte de arma de fogo – balançaram nas convicções. Pelo menos os democratas.

É o caso do senador Joe Manchin III, que em 2010 protagonizou um anúncio em que usava uma proposta de lei com alvo contra o qual disparava uma espingarda, e que agora, após o massacre da escola Sandy Hook, diz que “tudo deve estar aberto para discussão”, relata o The New York Times. “Nunca antes vimos os nossos bebés massacrados. Podemos ser membros da National Riffle Association [NRA, o poderoso lobby das armas de fogo], mas também somos avós orgulhosos”, disse.

O seu colega no Senado Mark Warner, que também tem o apoio da NRA, disse na segunda-feira que “devia haver regras escritas mais restritas” sobre as armas de fogo, e referiu-se ao massacre do Connecticut como “algo decisivo”. “Tenho sido um grande apoiante da Segunda Emenda. Mas não é aceitável manter o status quo.

Obama, que até agora seguiu a opinião dos seus chefes de gabinete – o "ex", Rahm Emanuel, e o actual, William Daley –, manteve-se afastado de um tema tão polémico nos EUA como a regulação da venda e porte de arma. Do outro lado da barricada estava, por exemplo, o attorney general (o responsável pela Justiça) Eric Holder.

O Presidente estará agora decidido a tentar actuar. Reuniu-se com o secretário da Educação, Arne Duncan, o attorney general Eric Holder e a secretária da Saúde e Serviços Sociais Kathleen Sebelius para “começar a analisar como pode o país responder à tragédia de Newtown”, disse uma fonte da Casa Branca ao Washington Post. Outros elementos da Administração estão envolvidos neste esforço, que será coordenado pelo vice-presidente Joe Biden – um activo defensor de legislação para o controlo das armas de fogo enquanto foi senador.

Mudança de opinião
Após o massacre na escola primária e infantário de Newton, uma sondagem Washington Post/ABC revela uma mudança na forma como os norte-americanos vêem estes massacres, que nos últimos tempos se tornaram assustadoramente comuns. Mais de metade das pessoas que responderam ao inquérito durante o fim-de-semana passado dizem que o tiroteio do Connecticut reflecte problemas sociais, não pode ser considerado apenas um acto isolado de um indivíduo com os seus problemas pessoais.

Menos de um quarto das respostas de uma sondagem semelhante disseram isto após o massacre de Julho em Aurora, no Colorado, em que um atirador que parecia mascarado do Joker matou 12 pessoas e feriu muitas outras quando esperavam para entrar para o novo filme do Batman.

A nova disposição em agir da Casa Branca não quererá dizer que se deve esperar rapidez. O Congresso poderá dedicar-se ao tema no ano que vem, sim, mas este será um teste de força para a NRA, um dos mais poderosos lobbies de Washington. Desde o massacre de sexta-feira, tem-se mantido silenciosa. Os líderes desta organização têm-se mantido calados, sem dar entrevistas, tal como a conta de Twitter, e até a página do Facebook da associação dos entusiastas do uso de armas de fogo foi desactivada, relata o New York Times.