Coreia do Sul pode eleger a sua primeira Presidente
A diferença entre os dois candidatos à liderança sul-coreana é de meio ponto percentual mas Park é a favorita
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Coreia do Sul está em 68º lugar em 108 em termos de igualdade de género (apenas um pouco acima de muitos países árabes e abaixo, por exemplo, dos Emirados Árabes Unidos). As mulheres ganham 40% menos do que os homens, a maior diferença em países da OCDE (organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).
É um país onde os conselhos de administração das empresas estão cheios de homens de fato, e onde até há sete anos as mulheres não tinham direitos iguais em termos de herança.
Na política, as mulheres ocupam 15% dos lugares do Parlamento.
Hoje os coreanos poderão eleger uma mulher para a Presidência da República. Mas isso poderá ter poucos efeitos na cultura. A conservadora Park Geun-hye é a filha do antigo líder militar Park Chung-hee, de quem muitos lembram sobretudo o crescimento económico da época em que a Coreia passou de ser um país destruído pela guerra a potência de exportação, mas de quem outros recordam a repressão política em nome da segurança.
<b>Gerir o orçamento do lar</b>
Durante a maior parte da campanha, Park teve uma liderança confortável sobre o seu rival, Moon Jae-in, do principal partido da oposição, o Partido Democrático Unido (liberal). Mas este começou a aproximar-se e algumas sondagens davam já apenas meio ponto percentual de diferença entre os dois.
A campanha jogou-se sobretudo no tabuleiro da economia, com discussões sobre reformas económicas, mercado de trabalho e segurança do emprego. Aqui, Park retomou mesmo o slogan do pai: “vamos viver bem”.
Nos seus 16 anos enquanto deputada, Park não mostrou iniciativas sobre direitos das mulheres. Mas a sua campanha pegou num certo lado feminino: na Coreia do Sul, as mulheres são vistas como competentes na gestão do dinheiro do lar. É uma qualidade importante para eleitores preocupados com a economia.