Efromovich: “Se depender de mim, vão amar a TAP muito mais”
Germán Efromovich, o único candidato à compra da companhia portuguesa, mostrou-se optimista em relação ao negócio sobre o qual o Governo tomará uma decisão quinta-feira.
O milionário mostrou-se optimista em relação à concretização do negócio, sublinhando que “espera que aconteça para o bem do próprio contribuinte” português, numa referência aos custos suportados com a dívida da transportadora, já que esta não recebe dinheiro do Estado (por proibição comunitária).
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O milionário mostrou-se optimista em relação à concretização do negócio, sublinhando que “espera que aconteça para o bem do próprio contribuinte” português, numa referência aos custos suportados com a dívida da transportadora, já que esta não recebe dinheiro do Estado (por proibição comunitária).
Germán Efromovich foi o único investidor que apresentou uma proposta pela TAP. Ao contrário do que o milionário referiu na entrevista desta terça-feira, o Governo não recebeu mais nenhuma oferta pela transportadora aérea do Estado, apesar de mais de uma dezena de interessados terem consultado o memorando de informação sobre a privatização.
Houve outros dois candidatos (o grupo IAG e a Alitalia) que abordaram o executivo, mas que não chegaram a avançar com uma proposta. E, por isso, a oferta de Efromovich será a única que o Governo levará a Conselho de Ministros, na próxima quinta-feira, tal como o PÚBLICO noticiou no início de Dezembro.
Na entrevista à TVI, o investidor repetiu que “quer fazer a TAP crescer”, assim que garantir a chegada de novos aviões encomendados para 2015. “A ideia é ampliar as rotas a outros destinos”, referindo-se por exemplo a Moçambique e à América Latina.
E garantiu que não pretende acabar com rotas que ligam Portugal aos países de expressão portuguesa porque, na auditoria que fez à companhia de aviação em Novembro, verificou que “todas são rentáveis”.
Numa reacção às críticas que têm sido feitas pela oposição, que pede uma suspensão da venda, Efromovich reiterou que “o processo tem sido transparente” e com “regras claras”. Não revelou, porém, quanto ofereceu pela TAP, afirmando que tem de ser o Governo a prestar essa informação.
O milionário entregou a oferta final de compra no passado dia 7 e, na altura, o Jornal de Negócios noticiou que oferecia 1,5 mil milhões de euros. Mas, deste valor, apenas 20 milhões entrariam nos cofres públicos, já que a maior fatia serviria para reduzir a dívida e outra parte para recapitalizar a transportadora aérea.
Tal como o PÚBLICO noticiou no final da semana passada, o Governo reagiu à proposta de Efromovich, pedindo uma clarificação. E, na sequência deste pedido, Efromovich melhorou a proposta, passando a oferecer 35 milhões de euros de encaixe líquido ao Estado e uma injecção de 316 milhões na TAP, de acordo com informações avançadas pelo Expresso no fim-de-semana.
Quanto à contestação dos trabalhadores, que nesta terça-feira fizeram uma marcha de protesto contra a venda e que quarta-feira vão dar início a uma vigília junto ao Conselho de Ministros, o empresário considerou a reacção “normal”.
Mas frisou, como fizera anteriormente, que “se a empresa vai crescer precisa de mais gente”. Porém, Efromovich reiterou que só ficará com quem “trabalhar”. O grupo TAP emprega actualmente cerca de 13 mil pessoas, das quais duas mil na unidade de manutenção no Brasil, desde sempre deficitária.
Depois de sucessivos pedidos de audiência, os sindicatos da empresa vão ser recebidos quarta-feira, às 10h30, pelo secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro. Há também uma reunião agendada com o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, na sexta-feira.