Os Manuscritos do Mar Morto à distância de um clique
Disponíveis online desde esta terça-feira.
Entre os manuscritos encontram-se fragmentos dos mais antigos pergaminhos bíblicos do Antigo Testamento, entre os quais os referentes aos Dez Mandamentos, aos Salmos, ao Livro de Isaías e aos textos apócrifos. Existe ainda um capítulo do Génesis, datado do I século a.C.
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Entre os manuscritos encontram-se fragmentos dos mais antigos pergaminhos bíblicos do Antigo Testamento, entre os quais os referentes aos Dez Mandamentos, aos Salmos, ao Livro de Isaías e aos textos apócrifos. Existe ainda um capítulo do Génesis, datado do I século a.C.
Os Manuscritos do Mar Morto incluem as versões mais antigas da Bíblia hebraica e outros textos apócrifos e livros de regras da seita que os compilou, os essénios. Desde que foram encontrados, apenas um reduzido número de investigadores podia consultá-los, o que, ao longo dos anos, tem gerado controvérsia. Foi para fazer frente às críticas e tornar os manuscritos acessíveis a um maior número de pessoas que as autoridades israelitas avançaram com este projecto online.
“Apenas cinco conservadores em todo o mundo têm acesso aos Manuscritos do Mar Morto”, disse à AP Shuka Dorfman, arqueólogo e director da Autoridade de Antiguidades de Israel, acrescentando que agora o acesso é livre. “Todos podem clicar.”
Esta é a segunda fase do projecto que começou a ficar disponível no ano passado, quando o Museu de Israel anunciou que cinco fragmentos desta vasta colecção ficariam disponíveis online. Agora, não são apenas cinco, mas todos os manuscritos, praticamente os únicos documentos bíblicos do primeiro século da era cristã (e alguns possivelmente do século III a.C.) que chegaram até hoje.
Na transposição dos documentos para a sua visualização online foram utilizadas técnicas desenvolvidas por especialistas da agência espacial norte-americana NASA. As imagens dos manuscritos têm uma definição 200 vezes superior à de uma câmara fotográfica digital comum, tendo cada uma cerca de 1200 megapíxeis, o que permite uma melhor análise dos documentos e do seu próprio estado de conservação.
Para o responsável da Google em Israel, Yossi Matias, a parceria com a Autoridade de Antiguidades "é mais um passo em frente que permite aos utilizadores de todo o mundo desfrutarem deste tipo de material cultural". "Estamos a trabalhar para disponibilizar online material importante cultural e historicamente, preservando-o para as gerações futuras", acrescentou Matias.
Muitos destes manuscritos, que se acredita terem sido descobertos numa gruta de Qumran por um pastor em 1947, têm permanecido guardados no Museu de Israel, tendo raramente sido expostos ao público devido aos cuidados que o seu estado de conservação exige.