Importa, para além de apoiar as empresas que já exportam, atuar em duas prioridades: o alargamento da base de exportação, que atualmente se circunscreve a um grupo de 18 mil empresas; e a diversificação dos mercados alvo, com o objectivo de procurar que, pelo menos, metade das exportações tenham destino extracomunitário, mormente as economias emergentes com dinâmicas de crescimento acelerado.
As grandes exportadoras, aquele conjunto restrito de 100 empresas que são responsáveis por 50% das exportações, com forte expressão nos sectores automóvel, da energia, do papel e da construção, exigem acompanhamento especial e permanente por parte das instâncias responsáveis pelas políticas públicas.
Por seu lado, os sectores tradicionais, nomeadamente os clusters da moda, da metalomecânica e equipamentos, da indústria agro-alimentar, da fileira da floresta e do turismo, têm um enorme potencial exportador, mas carecem de dinâmicas inovadoras que lhes aumentem a competitividade internacional.
Nos sectores designados de hi-tech, sobretudo aqueles que, sendo de base tecnológica, são também capital-light, existem oportunidades reais de criação de negócios com escala global. É claramente o caso das tecnologias de informação e comunicação, onde vale mais o talento do que o investimento.
O exercício de internacionalizar empresas e de aumentar quotas de mercado no exterior requer propostas de valor diferenciadas, produtos que valem pela inovação. Para isso é necessária uma força de trabalho instruída e bem preparada, como o demonstram casos como a Finlândia e a Estónia, para dar dois exemplos de países periféricos. É por isso que o desinvestimento na educação e ciência atrasa objectivamente a competitividade do país, sem prejuízo de uma refocagem do sistema de ensino, secundário e superior, para dar resposta às necessidades reais da economia exportadora.
Exportar deveria ser o verbo mais pronunciado na nossa economia. Quanto mais cedo interiorizarmos esta missão, mais cedo perceberemos que existe uma luz ao fundo do túnel.
Vice-reitor da Universidade do Minho