“Banco de Portugal não vai perder nem ganhar”, diz Carlos Costa
O governador do banco central português reagiu ao acordo com vista à criação de uma união bancária na UE.
Defendeu ainda que a sua instituição “não ganha nem perde”, passando antes a participar num novo processo de supervisão. “Quando se partilha, dá-se e recebe-se. E o importante é que para o sistema bancário, empresas e Europa esta é uma boa notícia”, afirmou.
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Defendeu ainda que a sua instituição “não ganha nem perde”, passando antes a participar num novo processo de supervisão. “Quando se partilha, dá-se e recebe-se. E o importante é que para o sistema bancário, empresas e Europa esta é uma boa notícia”, afirmou.
Carlos Costa defendeu que com a união bancária se está a “desligar o sistema bancário do soberano do país a que este está ligado”, dizendo que o que se espera é que a prazo o financiamento de uma empresa em Portugal não esteja ligado ao risco do soberano. Para os bancos portugueses, o governador diz que a decisão tomada pelos ministros das Finanças da União Europeia (UE) na última madrugada
significa que ficam em igualdade de circunstâncias com os seus parceiros europeus. Potencialmente, pelo facto de serem supervisionados pelas mesmas instituições e da mesma forma, deixarão de ser prejudicados pelo facto de serem portugueses e de existir um risco maior associado ao Estado, o que lhes pode facilitar o acesso aos mercados.Ontem, ao fim de uma longa reunião do Ecofin, os ministros das Finanças da UE chegaram a acordo sobre a criação de um supervisor bancário único, que entrará em vigor a 1 de Março de 2014. O anúncio foi feito pelo ministro das Finanças do Chipre, país que assume actualmente a presidência do bloco.
Cerca de 200 bancos europeus ficarão directamente dependentes da supervisão do Banco Central Europeu (BCE). Nesta situação estão os bancos cujos activos passem os 30 mil milhões de euros ou 20% do PIB do seu país. Em Portugal, cabem nesta categoria a CGD, o BCP, o BES, o BPI, o Santandertotta e o Banif, que passam para supervisão directa do BCE quando o novo sistema começar a funcionar.
Os restantes 6000 bancos europeus continuarão a ser fiscalizados pelos bancos centrais nacionais, mas o BCE pode entrar em acção ao primeiro sinal de problemas.