Neds

Peter Mullan (que foi o protagonista de My Name is Joe) está mais Loach do que Loach. No mínimo, mais Loach do que os últimos Loach: cheio de nervo e anger que nada aplaca, uma ira que é “social” (ou melhor, uma ira que é o social) mas que coexiste, e é mesmo ultrapassada por ele, com um “irracional”. Que não se explica liminarmente, nem por A + B, sem deixar por isso de ser poderosíssimo do ponto de vista político (tem-se falado muito de “revolta”: ora aí está, Neds é um óptimo filme sobre a “revolta”). Realismo britânico vitaminado, para não dizer regenerado, a debater-se com a História (os anos 70) na encruzilhada entre o geral e o particular (é pela persistência de um imaginário católico ambíguo que Neds mais se liga a As Irmãs de Maria Madalena, o outro filme de Mullan por cá conhecido), interpelador, adulto. Merece ser visto.

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Peter Mullan (que foi o protagonista de My Name is Joe) está mais Loach do que Loach. No mínimo, mais Loach do que os últimos Loach: cheio de nervo e anger que nada aplaca, uma ira que é “social” (ou melhor, uma ira que é o social) mas que coexiste, e é mesmo ultrapassada por ele, com um “irracional”. Que não se explica liminarmente, nem por A + B, sem deixar por isso de ser poderosíssimo do ponto de vista político (tem-se falado muito de “revolta”: ora aí está, Neds é um óptimo filme sobre a “revolta”). Realismo britânico vitaminado, para não dizer regenerado, a debater-se com a História (os anos 70) na encruzilhada entre o geral e o particular (é pela persistência de um imaginário católico ambíguo que Neds mais se liga a As Irmãs de Maria Madalena, o outro filme de Mullan por cá conhecido), interpelador, adulto. Merece ser visto.