André Gandra: “A minha primeira peça foi uma gravata e chamo-lhe bebé”

André Gandra é um jovem designer que lançou este ano a sua primeira linha “Vestir o Porto”. Criou a sua marca em 2011 e mantém um atelier no Porto

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Nuno Fangueiro

André Gandra sempre gostou do mundo da moda, mas só registou a própria marca em Maio de 2011. “O bichinho surgiu há dez anos, quando fui comprar roupa e não ficava como eu gostava, com um bom corte. Foi a partir daí que comecei a desenvolver a ideia e a querer tirar cursos de modelação, a criar e a experimentar tecidos”, declara o jovem criador.

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André Gandra sempre gostou do mundo da moda, mas só registou a própria marca em Maio de 2011. “O bichinho surgiu há dez anos, quando fui comprar roupa e não ficava como eu gostava, com um bom corte. Foi a partir daí que comecei a desenvolver a ideia e a querer tirar cursos de modelação, a criar e a experimentar tecidos”, declara o jovem criador.

Formado em Design de Comunicação, Modelação e Design Industrial, André prefere dedicar-se ao seu próprio estilo e método. “As peças são um conjunto das minhas formações, têm um bocado de cada curso. Vou buscar design industrial no fabrico dos tecidos, design de comunicação na parte gráfica dos estampados. Estudei no Porto, mas falar das instituições onde me formei seria errado, porque tudo o que eu aprendi foi fora das instituições, foi mais no contexto de trabalho”, relata.

É no número 311 da Rua Sá da Bandeira, no Porto, que o jovem designer mantém o seu atelier, que antes se localizava na Rua do Rosário, em formato de loja, onde esteve durante um ano. “Tive a loja durante um ano, mas não fazia sentido ter um espaço aberto ao público. Então decici mudar-me para um atelier mais resguardado, para atender os clientes de uma forma mais personalizada.”

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Gravata no New York Times

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A primeira peça que definiu a marca do designer foi a gravata. O design único de cada tecido mereceu uma publicação no "New York Times", onde acredita que ganhou credibilidade a nível internacional. “Uma das peças que me caracteriza foi a gravata, onde foi feita uma modelação pura de alfaiate, como no corte”, confirma André.

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Porquê gravatas? Apesar de não saber fazer o nó da gravata, André considera que "é uma peça que transmite elegância". "Enquanto que a mulher tem muitos acessórios, o homem poucos ou nenhuns tem”, evidencia. A gravata acaba por ser um "ícone" no vestuário masculino.

 

Apresentou a primeira linha, “Vestir o Porto”, na Newcomers Week, na Exponor, ainda este ano. A colecção consiste em imagens da cidade do Porto na roupa fabricada pelo designer. “Para a colecção, fotografei o Porto, no chão do atelier coloquei as fotografias e ia vendo quais as que encaixavam melhor. Fiz sobreposição por camadas de transparência no Photoshop. A única imagem que quis deixar bem claro era a linha ribeirinha do Porto.”

 

Tem exportado para países como Finlândia, Estados Unidos, Tóquio, Alemanha, Joanesburgo, Brasil, Venezuela e Espanha. A partir do próximo ano pretende massificar as suas peças e desenvolver a colecção “Vestir o Porto”. André Gandra afirma que a sua grande inspiração é o Bolhão, um símbolo que está sempre presente nas suas peças. “O Bolhão é uma paixão minha desde que vim estudar para o Porto. Não há um dia que não passe pelo Bolhão para tomar café, para me inspirar e ver cores.”

 

O designer está também a desenvolver a sua colecção para apresentar a várias lojas e empresas. Desta vez está a insistir numa linha com malhas e tecidos tecnológicos. As peças existentes na sua linha oscilam entre os cinco e os cinquenta euros, enquanto que as gravatas custam vinte euros.