Durão Barroso espera que Portugal não peça mais tempo para pagar a dívida
O presidente da Comissão Europeia diz que o Governo ainda não pediu as mesmas condições dadas à Grécia.
“É uma questão de julgamento, é uma questão de apreciação e a apreciação feita pelas autoridades portuguesas é a de que neste momento não devia ser activada essa possibilidade”, disse o presidente da Comissão Europeia numa entrevista à SIC.
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“É uma questão de julgamento, é uma questão de apreciação e a apreciação feita pelas autoridades portuguesas é a de que neste momento não devia ser activada essa possibilidade”, disse o presidente da Comissão Europeia numa entrevista à SIC.
O princípio da igualdade entre Estados “pode eventualmente ser aplicado”, diz Barroso. No entanto, ressalva: “Espero é que Portugal não chegue a uma situação como a da Grécia, em que tenha de apelar a aplicar essas mesmas condições, porque estas condições já são vistas como condições de um país que não foi capaz de cumprir o programa. É isso que Portugal quer?”
O pedido de juros mais baixos e de mais tempo para pagar a dívida cabe inteiramente ao Estado português, lembra o responsável. Mas até agora, segundo Barroso, o Governo não deu esse passo.
No entanto, na sexta-feira, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho prometeu que vai lutar pelas mesmas condições concedidas à Grécia. No debate quinzenal do Parlamento, Passos Coelho disse que defende mais tempo e menos juros mas apenas para um terço da dívida externa, ou seja, cerca de 20 mil milhões.
O governante garantiu que vai lutar para ter “tratamento de igualdade” face à Grécia, relativamente a três medidas no que respeita ao empréstimo do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira.
O primeiro-ministro sublinhou que Portugal “não está nem vai estar na situação da Grécia”, mas que mesmo assim vai usar o princípio da igualdade de tratamento.