Design à base de arame, cerâmica e uma boa dose de loucura

No atelier Sofia Rocha, em Viana do Castelo, são produzidos produtos artesanais baseados nas tradições locais

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Uma boa dose de loucura, confiança e muito trabalho. Esta é a receita apontada pela designer Sofia Rocha para o sucesso do seu atelier.

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Uma boa dose de loucura, confiança e muito trabalho. Esta é a receita apontada pela designer Sofia Rocha para o sucesso do seu atelier.

 

O espaço, situado em Viana do Castelo, funciona como galeria de arte e espaço de exposição e venda de produtos artesanais.

 

A cultura e a tradição de Viana do Castelo estão presentes nos objectos, cuja criação se baseia em processos semelhantes ao da filigrana ou do croché. Os materiais mais usados são a cerâmica e o fio metálico.

 

“Quando iniciei o projecto, os meus familiares levaram as mãos à cabeça, enquanto que outras pessoas pareciam não acreditar na minha ideia." Sem razão. "Cinco anos depois, cá estou”, explica Sofia Rocha, ao P3.

 

Para resistir, Sofia Rocha recorreu a alguns ingredientes que considera indispensáveis. “É necessário ter uma boa dose de loucura, gosto e confiança no nosso trabalho. Se for preciso, trabalho 24 horas por dia.” A sorte também entra nas contas, mas a designer acredita que ”até para ter sorte, é preciso trabalhar”.

 

As indústrias criativas

Na opinião de Sofia Rocha, o mercado das indústrias criativas está em expansão. “Há cada vez mais procura pelo que é tradicional. No entanto, importa reinventar as tradições e os símbolos, para os aproximar de um estilo mais contemporâneo.”

 

A designer garante procurar reavivar tradições, como o croché, por exemplo, que serve de base a alguns dos seus trabalhos feitos em arame. “Também tento reinventar as custódias, os brincos ou os corações de Viana do Castelo, baseando-me na filigrana, mas adaptando-os ao meu estilo.”

 

Sofia Rocha montou o “quartel-general” no Alto Minho e não pretende abandonar o seu posto. “Não podemos pensar que, para ter sucesso, temos de abandonar as origens. Se assim fosse, só haveria Lisboa e Porto”, garante.

 

E não tem dúvidas: “Sempre quis ficar aqui, amo esta terra e não tenho necessidade de sair.”