Espaço Património a Norte abre esta sexta-feira no Mosteiro da Serra do Pilar
Visitantes poderão aceder a informação sobre o património classificado no Norte do país, ao mesmo tempo que visitam o claustro, a igreja e o zimbório do mosteiro de Gaia, que estava fechado ao público.
Os turistas que procuram o miradouro do mosteiro, integrado na área classificada como Património da Humanidade, em 1996, vão poder finalmente descobrir o interior do edifício redondo, pintado de branco, cuja construção durou mais de cem anos - as obras começaram em 1537 e só terminaram em 1692, conforme se pode ler no claustro.
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Os turistas que procuram o miradouro do mosteiro, integrado na área classificada como Património da Humanidade, em 1996, vão poder finalmente descobrir o interior do edifício redondo, pintado de branco, cuja construção durou mais de cem anos - as obras começaram em 1537 e só terminaram em 1692, conforme se pode ler no claustro.
A entrada não se faz pela igreja, mas por uma porta lateral, onde já existiu uma capela. O acesso vai custar um euro e, lá dentro, além de ficar a conhecer o espaço, os visitantes terão acesso a informação sobre o património que se encontra afecto à Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN). Os quatro locais classificados pela Unesco como Património da Humanidade - os centros históricos do Porto e Guimarães, a paisagem do Alto Douro Vinhateiro e o Parque Arqueológico do Côa - terão um destaque especial, com uma sala em que será projectado um filme feito especialmente para este equipamento. "Não somos um posto de turismo. Queremos que esta seja uma porta de entrada do património cultural", diz a directora da DRCN, Paula Silva.
O bilhete de um euro dá acesso a alguns espaços do complexo, mas não a todos. Passando pela recepção, onde funcionará uma loja com produtos exclusivos da DRCN e onde está instalada uma mesa interactiva do Turismo do Porto e Norte, acede-se à sala de visionamento do filme sobre o património classificado pela Unesco. O restante património tutelado pela DRCN (mosteiros, castelos ou igrejas, por exemplo) poderá ser descoberto num conjunto de monitores que mostram fotografias captadas de propósito para serem ali apresentadas. A informação suplementar sobre cada um dos locais em destaque será disponibilizada em papel.
Daqui, passa-se ao claustro do mosteiro, cuja geometria - é um círculo - faz dele um "espaço único no país", comenta Paula Silva. "Na Península Ibérica só há outro assim, no Alhambra [Granada, Espanha], no Palácio de Carlos V".
Dois preços, dois percursos
Para quem quiser gastar apenas um euro, a visita acaba aqui. Mas, por mais dois euros, é possível ir além. De hora a hora, serão realizadas visitas guiadas, por um elemento do Exército, que levará os interessados a conhecer a igreja do mosteiro e o zimbório, de onde se desfruta de uma vista única das cidades do Porto e de Gaia. Por questões de segurança, apenas será permitido o acesso a grupos com um máximo de 15 pessoas, de cada vez. E o acesso poderá ser difícil para pessoas com problemas de mobilidade. São cerca de cem degraus, entre o espaço térreo, junto à porta da sacristia, sobre a qual está assinalado, no granito, "1755, Ano do Terramoto", e a varanda de 360.º que rodeia a cúpula redonda da igreja. Os últimos 53 degraus pertencem a uma escada em caracol. Mas o esforço vale a pena.
Quem não puder subir, pode sempre permanecer um pouco mais junto ao claustro e apreciar com mais pormenor, no acesso interior à igreja, a estátua de gesso de D. Afonso Henriques, da autoria de Soares dos Reis, e que é o "molde" daquela que se encontra junto ao Castelo de Guimarães.
O espaço Património a Norte vai funcionar, de terça-feira a domingo, entre as 9h30 e as 17h30. Em Julho e Agosto, o horário deverá prolongar-se até às 19h. Além das segundas-feiras, dia de folga, o local só deverá encerrar em mais quatro dias ao longo do ano: no Natal (25 de Dezembro); no Ano Novo (1 de Janeiro); no 1.º de Maio; e no Domingo de Páscoa.
A abertura do Mosteiro da Serra do Pilar ao público e a criação do espaço de divulgação do património da DRCN representaram um investimento da ordem dos 250 mil euros, e só foi possível graças a um protocolo estabelecido com o Exército, que é o proprietário do espaço e ocupa grande parte da estrutura.