Uma em cada quatro pessoas em risco de pobreza ou exclusão social
Entre 2010 e 2011, mais cinco milhões de pessoas passaram a estar em risco de pobreza ou exclusão social na Europa a 27.
Na Europa a 27, são quase mais cinco milhões de pessoas do que no ano anterior a viver sob uma das três formas de exclusão social: risco de pobreza, situação de privação material muito grave ou integradas em agregados familiares com uma intensidade de trabalho muito baixa. Quase um em cada quatro cidadãos está nesta situação (24,2% da população), revela o relatório do gabinete de estatísticas da UE.
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Na Europa a 27, são quase mais cinco milhões de pessoas do que no ano anterior a viver sob uma das três formas de exclusão social: risco de pobreza, situação de privação material muito grave ou integradas em agregados familiares com uma intensidade de trabalho muito baixa. Quase um em cada quatro cidadãos está nesta situação (24,2% da população), revela o relatório do gabinete de estatísticas da UE.
Em Portugal, os números em bruto apontam, surpreendentemente, para uma melhoria face ao ano anterior (24,4%), quando no relatório de 2010 esse valor chegava aos 25,3%. Mas é preciso olhar com cuidado para estes dados, avisa o especialista em pobreza e desigualdades Carlos Farinha Rodrigues, do Instituto Superior de Economia e Gestão.
Esta análise do rendimento é referente ao ano de 2010 e, como para esta estimativa se considera o rendimento mediano, se este baixar, a situação parece melhorar. Se isso não tivesse acontecido, "a linha de pobreza teria aumentado muito mais", garante o especialista ao PÚBLICO.
A percentagem de indivíduos abaixo do limiar de pobreza corresponde à fatia daqueles que dispõem de um rendimento anual líquido inferior a 60% do rendimento mediano (por adulto equivalente) no país. Como o indicador em causa tem como referência os rendimentos auferidos num determinado país, o valor do limiar de pobreza fixado varia de acordo com a grandeza relativa desses mesmos rendimentos em cada um. O Eurostat destaca, a propósito, o facto de o rendimento ter caído nos últimos anos em vários Estados-membros devido à crise económica.
Em Portugal, a população em risco de pobreza após transferências sociais ascendia a 18% do total, mais do que no ano anterior (17,9%), lembra Carlos Farinha Rodrigues, notando que neste critério estamos pior do que a média da UE a 27 (16,9%). Quanto às pessoas em situação de privação material muito grave, a percentagem era de 8,3% em Portugal, em 2011, enquanto os indivíduos que vivem em agregados familiares com uma intensidade de trabalho muito baixa representavam 8,2% da população. Nestes dois últimos critérios, Portugal estava ligeiramente abaixo da média da UE a 27.
De acordo com o relatório do Eurostat, em 2011 a Bulgária voltou liderar a lista dos países com a percentagem mais elevada de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social (49,1%), seguida da Roménia e da Letónia (40,3% e 40,1%, respectivamente), Lituânia (33,4%), Grécia e Hungria (31%). No fim da lista estão a República Checa (15,3%), Holanda e Suécia (15,7% e 16,1%), Luxemburgo e Áustria (perto de 17%).
Olhando para cada um dos critérios considerados para esta classificação, a percentagem da população em situação de privação material muito grave — com uma tal falta de recursos que implica não ter dinheiro para pagar as contas, para manter a casa adequadamente quente ou para ter uma semana de férias fora de casa por ano — varia substancialmente de país para país. Oscila entre apenas 1% no Luxemburgo e na Suécia, 31% na Letónia e 44% na Bulgária.