Mais de metade da população activa é precária ou desempregada

A Associação de Combate à Precariedade - Precários Inflexíveis defendeu, este sábado, que as condições de trabalho em Portugal têm piorado desde a assinatura do memorando de entendimento.

Foto
“A precariedade não evita o desemprego mas promove-o”, disse João Camargo Nuno Ferreira Santos

 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

 

Num documento entregue aos jornalistas, a associação apresenta gráficos do INE que demonstram que os trabalhadores a recibos verdes, com contratos a prazo e subempregados, são mais do que metade da população activa em Portugal (cerca de 5,5 milhões). “Uma informação que não pode ser desmentida já que os dados são oficiais”, sublinharam.

Com base nos números divulgados pelo INE, a ACP-PI afirmou que, desde a assinatura do memorando de entendimento com a troika, Portugal perdeu 90 mil empregos de trabalhadores contratados a prazo e ganhou 33 mil empregados a part-time e mais 316 mil desempregados.

Um cenário que João Camargo, membro da ACP-PI, descreve como “um novo regime”, em que “foi ultrapassado o limite”. A associação defende ainda que “a precariedade não evita o desemprego mas promove-o”.

Camargo acrescentou que os “números oficiais são conservadores” e sublinhou que “há uma transferência directa do trabalho a tempo inteiro para parcial”. A ACP-PI anunciou que durante a próxima semana irá divulgar mais conclusões.