Trabalhadores da EPUL “atónitos” com anúncio de extinção da empresa

Decisão foi comunicada na quarta-feira pelo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa.

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António Costa diz que a função da EPUL "está esgotada" Vasco Neves/Arquivo

Os trabalhadores ficaram “atónitos com a decisão”, disse nesta quinta-feira à Lusa Pedro Vicente, que falava em representação dos funcionários da EPUL.

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Os trabalhadores ficaram “atónitos com a decisão”, disse nesta quinta-feira à Lusa Pedro Vicente, que falava em representação dos funcionários da EPUL.

António Costa anunciou na quarta-feira a intenção de extinguir a EPUL, assegurando que a centena e meia de trabalhadores da empresa será integrada na câmara, tal como a totalidade do património da EPUL, que inclui um valioso acervo de terrenos.

“A conjuntura que vive o mercado imobiliário exige que tomemos decisões que não devem ser adiadas”, referiu António Costa, salientando que tanto os direitos dos credores como os dos clientes, incluindo os dos compradores dos fogos por terminar, serão respeitados.

Pedro Vicente lembrou hoje que no período "de quatro anos a EPUL saiu de uma situação de falência técnica para dar resultados líquidos positivos, cerca de cinco milhões de euros em 2010 e 5,5 milhões em 2011”.

“Não compreendemos que com resultados destes e com uma cidade com necessidades de reabilitação [urbana], a Câmara Municipal opte por extinguir a empresa”, afirmou. Pedro Vicente adiantou que os trabalhadores vão solicitar uma audiência ao presidente da autarquia, para poderem expor-lhe os seus argumentos.

Na origem da decisão, que ainda há-de ser votada numa próxima reunião de câmara, estão questões financeiras. O abrandamento da actividade da empresa nos últimos anos levou-a quase à paralisação. Por outro lado, como o PÚBLICO noticiou ontem, vencem a 20 de Dezembro os empréstimos bancários no valor de 46 milhões de euros, que a EPUL contraiu e agora não tem forma de pagar.

Os vereadores não comentaram a proposta de extinção da EPUL, adiando declarações para a reunião extraordinária da próxima semana.

Num comunicado enviado à agência Lusa, a administração da EPUL refere que “entende não se pronunciar sobre o anúncio feito aos trabalhadores da empresa pela Câmara Municipal de Lisboa”.