Taxa da mortalidade infantil aumentou em 2011
Direcção-Geral da Saúde desdramatiza e diz que está a estudar caso a caso para apresentar um relatório.
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) está a analisar o que aconteceu, caso a caso, e conta ter pronto, nos próximos dias, um relatório detalhado sobre este fenómeno.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) está a analisar o que aconteceu, caso a caso, e conta ter pronto, nos próximos dias, um relatório detalhado sobre este fenómeno.
Os dados da mortalidade infantil são do Instituto Nacional de Estatística e foram esmiuçados na sexta-feira passada pelo director-geral da Saúde, Francisco George, num curso para médicos, dando origem a uma notícia do Tempo Medicina, que destacou a "inversão da tendência de queda" na taxa de mortalidade infantil, um indicador que tem colocado Portugal, nos últimos anos, na lista dos melhores países do mundo a este nível.
Sublinhando que não se deve dramatizar este acréscimo e que não se pode dizer que representa a inversão de uma tendência, Francisco George explicou ao PÚBLICO, segunda-feira, que o aumento pode ser motivado apenas pela chamada "lei dos pequenos números, um fenómeno que todos os epidemiologistas conhecem bem".
Em 2010 registou-se um valor de óbitos até aos 12 meses muito baixo, 256. Quando se atingem valores assim tão baixos é muito difícil continuar a diminuir, porque basta uma variação pequena para afectar a taxa de mortalidade. O director-geral da Saúde explica ainda que foi sobretudo numa das componentes da mortalidade infantil (a neonatal, até aos 28 dias), que houve acréscimo (230 óbitos contra 169 mortes em 2010), enquanto na componente pós-neonatal (até aos 12 meses) o movimento continuou a ser de descida.
As mortes nos primeiros dias de vida são menos evitáveis do que no período posterior. Por isso é que os casos estão a ser estudados um ano para se perceber o que aconteceu – uma das explicações pode residir no aumento de bebés nascidos graças a técnicas de procriação medicamente assistida (PMA), que, por vezes, resultam no nascimento de gémeos e trigémeos, aumentando o risco de morte devido à prematuridade. Até aos primeiros 28 dias de vida o risco de morte pode ainda aumentar devido a anomalias congénitas.
"Na componente pós-neonatal continuamos a decrescer e a nossa taxa é das melhores do mundo", acentua Francisco George, que defende que é necessário aguardar pelos resultados de 2012 para se poder falar numa eventual mudança de tendência.
A taxa de mortalidade infantil traduz o risco de morte das crianças durante o primeiro ano de vida.