Seguro acusa Governo de aumentar impostos para tapar buraco orçamental

No discurso de encerramento do debate, o líder do PS alertou para o nível "insuportável" de impostos

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“Se o défice tivesse ficado nos 4,5%, não seria necessário este aumento de impostos”, disse o líder do PS Foto: Daniel Rocha

Seguro, que discursava no encerramento do debate do Orçamento do Estado no Parlamento, alertou para um nível de impostos “insuportável” no próximo ano e disse que a estratégia do executivo é “incompetente” no que respeita à execução orçamental.

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Seguro, que discursava no encerramento do debate do Orçamento do Estado no Parlamento, alertou para um nível de impostos “insuportável” no próximo ano e disse que a estratégia do executivo é “incompetente” no que respeita à execução orçamental.

“Se o défice tivesse ficado nos 4,5%, não seria necessário este aumento de impostos”, disse o socialista.

Seguro defendeu que o aumento “brutal” de impostos no próximo ano não vai servir para pagar as despesas com as funções sociais do Estado, mas que vai apenas pagar o falhanço da execução orçamental de 2012.

Já depois de ter proferido estas acusações, o líder do PS elencou algumas das propostas socialistas feitas ao longo do debate orçamental e que foram rejeitadas pela maioria, como o fim da isenção do IMI para os fundos de investimento ou tributação fiscal das SGPS. Segundo Seguro, as medidas recusadas pelo PSD e pelo CDS teriam permitido um encaixe financeiro aos cofres do Estado na ordem dos 470 milhões de euros.

“O primeiro-ministro está no direito de recusar as propostas do PS, mas ao fazê-lo não revela qualquer sentido de compromisso ou de interesse nacional”, afirmou.

Seguro condenou a estratégia do Governo, que classificou de “austeridade custe o que custar”, e voltou a insistir na necessidade de aliar a consolidação orçamental ao crescimento económico. “Sem crescimento económico não há lugar a consolidação sustentável das nossas contas públicas”, disse.

O socialista, que reiterou o voto contra do partido, concluiu que 2013 será “um ano perdido” em que “o primeiro-ministro vai ter o Orçamento que quer, mas o país não vai ter o Orçamento que precisa”. Até porque, frisou, “este Orçamento é impossível de cumprir”.