Autoeuropa vai investir 110 milhões, apesar da crise
Director da Volkswagen Autoeuropa diz que a fábrica tem futuro, mesmo que não consiga vir a produzir um quinto modelo. E compromete-se a não despedir.
António de Melo Pires, em entrevista à TSF, afirmou que acredita que a fábrica de Palmela terá um futuro para lá de 2015, mesmo que não vença o concurso para produzir o novo modelo da Volkswagen.
O responsável comprometeu-se, de qualquer modo, a lutar por esse objectivo, adiantando que o investimento de 110 milhões de euros previsto pretende precisamente convencer o grupo alemão da capacidade portuguesa para produzir um quinto automóvel.
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António de Melo Pires, em entrevista à TSF, afirmou que acredita que a fábrica de Palmela terá um futuro para lá de 2015, mesmo que não vença o concurso para produzir o novo modelo da Volkswagen.
O responsável comprometeu-se, de qualquer modo, a lutar por esse objectivo, adiantando que o investimento de 110 milhões de euros previsto pretende precisamente convencer o grupo alemão da capacidade portuguesa para produzir um quinto automóvel.
António de Melo Pires avançou que o grupo “está a discutir um novo modelo” e que “existem várias hipóteses de modelos e está a ser discutida a distribuição por várias fábricas na Europa”. “A Autoeuropa não vai deixar de ter futuro, se não recebermos o novo modelo. A existência da Autoeuropa não está em perigo”, acrescentou.
Neste momento a fábrica de Palmela produz os modelos VW Sharan, Eos e Scirocco, para além do Seat Alhambra, e emprega cerca de 3600 trabalhadores, dos quais 2400 directos. Contudo, com as quebras na produção há 25% dos trabalhadores que estão a mais.
Esta semana, a administração da Autoeuropa já tinha anunciado a decisão de parar a produção na fábrica de Palmela de 8 de Dezembro a 7 de Janeiro para contornar a quebra de encomendas. "Vamos trabalhar até dia 7 de Dezembro, mas depois há uma paragem de 11 dias (downdays), a que se seguem as habituais férias de Natal", disse a porta-voz da empresa, Carmo Jardim, adiantando que a "produção será retomada no dia 8 de Janeiro de 2013". Estão previstos mais dois dias de não produção a 18 e 25 de Janeiro, acrescentou.
A decisão surgiu na sequência da quebra de procura nos mercados europeus para que a Autoeuropa exporta, com as estimativas de produção da fábrica para 2012 a serem revistas em baixa. Em comunicado, a empresa diz estar a preparar-se para um cenário semelhante em 2013, mas não considera “a hipótese de cancelar contratos de trabalho”.
A direcção da Autoeuropa tem a intenção de “trabalhar com a comissão de trabalhadores, com o Governo e com o grupo Volkswagen” para aplicar medidas que compensem a diminuição de encomendas. Além das paragens de produção, a fábrica vai passar a produzir peças e ferramentas para outras unidades do grupo. Haverá programas de formação e destacamento de colaboradores “para reforçar os recursos humanos de outras fábricas da Volkswagen em períodos de lançamento de novos produtos”.