“Ser perfeito” é um editorial fotográfico com animais imperfeitos
Marlene Oliveira, designer de moda ecológica de 27 anos, acaba de lançar novo editorial fotográfico para despertar consciências
Este editorial fotográfico pretende agitar consciências. A sua mentora, Marlene Oliveira, designer de moda de 27 anos, chamou-lhe “ser perfeito”, mas, na verdade, os animais escolhidos são portadores de algum tipo de deficiência. Esse é o mote e é também o apelo da designer de moda ecológica: “A perfeição não se vê, sente-se”.
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Este editorial fotográfico pretende agitar consciências. A sua mentora, Marlene Oliveira, designer de moda de 27 anos, chamou-lhe “ser perfeito”, mas, na verdade, os animais escolhidos são portadores de algum tipo de deficiência. Esse é o mote e é também o apelo da designer de moda ecológica: “A perfeição não se vê, sente-se”.
Fotografado na “quinta do senhor Daniel”, a jovem pediu ajuda aos vários amigos que trabalham em associações de animais como a Maranimais, o Projecto Pata ou a Quintinha da Charca, para conseguir estes bichos de quatro patas que “ficam sempre para trás na altura da adopção”.
O objectivo é romper com os cânones vigentes que ditam o que é a perfeição. Quando se trata de animais, “a moda acaba por exibi-los como apenas mais um acessório e criar tendências como comprar animais de raça em vez de adoptar rafeiros abandonados”, lê-se no comunicado de imprensa.
No editorial, participaram quatro modelos, um produtor de vídeo, uma fotógrafa, as várias associações, bem como o senhor Daniel e a esposa. E, claro, cães, gatos, cavalos e uma cabrinha, todos com necessidade de cuidados especiais.
Um projecto sustentável
Em todos os trabalhos desenvolvidos enquanto designer de moda, Marlene nunca descura a questão da responsabilidade social, até porque acredita que a moda e a arte são ferramentas que permitem mudar mentalidades.
Mantém-se fiel a si mesma e afirma que quem conhece o seu trabalho sabe que não usa peles, pelos, lãs ou sedas nas suas criações.
Recorre a materiais ecologicamente sustentáveis, como algodão biológico ou linho natural. O critério de escolha passa pelos produtos que respeitem os direitos humanos e não envolvam exploração animal, privilegiando também fornecedores que garantem um comércio justo.
Projectos para o futuro já existem, mas a jovem, natural de Santa Maria da Feira, prefere não revelar. “O que gostava mesmo era de conseguir um investidor” que apostasse nas suas ideias, refere ao P3.
Licenciada, desde 2009, em Design de Moda e Têxtil pela Escola Superior de Artes Aplicadas do IPCB, Marlene já estagiou no atelier de Ana Salazar e já foi premiada duas vezes em 2012, com o prémio Inova Têxtil do CITEVE (referente a 2011) e com o de Jovens Criadores do Clube Português de Artes e Ideias.
As peças de Marlene podem ser adquiridas exclusivamente através do site Tecidos Ecológicos.