Dar a volta ao desemprego com um currículo original

O Facebook, que é uma montra da nossa vida, pode dar um bom currículo. O vídeo/cv de Sofia Mesquita está a tornar-se viral. As propostas de emprego é que ainda não começaram a chegar

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Desde que ficou desempregada, há cerca de um ano, é raro o dia em que Sofia Mesquita não envia currículos – para empresas que estão a recrutar ou como candidatura espontânea, "online" ou presencialmente.

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Desde que ficou desempregada, há cerca de um ano, é raro o dia em que Sofia Mesquita não envia currículos – para empresas que estão a recrutar ou como candidatura espontânea, "online" ou presencialmente.

À medida que ia perdendo a conta ao número de tentativas inúteis, a frustração crescia: “Achava estranho. Tantos currículos e nem uma resposta. Comecei a pensar que era muito provável que o currículo fosse directamente para a lixeira.”

Era preciso mais. Marcar a diferença pela originalidade, fazer com que, “pelo menos, alguém visse o currículo”. A jovem, licenciada em Comunicação Social e Educação Multimédia, decidiu usar o Facebook como ponto de partida (“Não há nada melhor para mostrar a vida de uma pessoa”).

Tudo feito à mão

Foram duas a três horas de trabalho diário durante duas semanas. Passo a passo, com uma cartolina branca como base, Sofia Mesquita desenhou à mão a sua página do Facebook: recortar foto de perfil, desenhar foto de capa, preencher informação pessoal, completar a lista de “gostos” (o PÚBLICO está lá). Estado: “Looking for a job!”.

Depois da página desenhada – e fotografada diariamente – foi editar um vídeo "stop-motion" e publicar no Youtube, distribuir no próprio Facebook e no Twitter. Estava feito o novo currículo. Em poucos dias, a caixa de mensagens começou a encher.

“Não estava nada à espera, foram dois dias sem largar o computador, a ver pedidos de amizade, comentários...”, recorda. Passou um mês. E o vídeo conta com mais de 61 mil visualizações no YouTube.

Para já, os resultados práticos ainda não surgiram. Só uma empresa mostrou interesse em saber mais e pediu o envio de informação extra. “Tinha esperança que corresse melhor”, admite a jovem, mestrando em Comunicação Estratégica no ISCSP –UTL, em Lisboa.

Para já, enquanto o currículo não surte efeito e como há contas para pagar, aposta num trabalho em “part-time” num "call center" e vai dando umas aulas. Mas o sonho — trabalhar na área de Assessoria da Comunicação — não há-de ficar para trás.