Moradores desalojados do Bairro de Santa Filomena ocupam IHRU
No local estão, desde as 13h, 19 pessoas, algumas delas crianças, que ontem viram as suas casas serem demolidas pelas máquinas da Câmara da Amadora. Ontem foram destruídas seis habitações e a Câmara da Amadora planeia continuar com a segunda fase do processo de desmantelamento do Bairro de Santa Filomena, de ocupação ilegal.
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No local estão, desde as 13h, 19 pessoas, algumas delas crianças, que ontem viram as suas casas serem demolidas pelas máquinas da Câmara da Amadora. Ontem foram destruídas seis habitações e a Câmara da Amadora planeia continuar com a segunda fase do processo de desmantelamento do Bairro de Santa Filomena, de ocupação ilegal.
A vereadora da Habitação, Carla Tavares, disse na segunda-feira ao PÚBLICO que a autarquia só avançou com a demolição daquelas seis casas depois de o tribubal ter indeferido a providência cautelar apresentada pelos moradores para travar o processo.
O membro da comissão de moradores, Eurico Cangumi, queixa-se da falta de explicações e respostas durante todo o processo. “Até agora só conseguimos falar com a secretária do presidente [do IHRU], que saiu do edifício para comunicar que o presidente não nos iria receber”, afirma.
"Estas pessoas foram colocadas na rua, elas não têm para onde ir. Um dos casais dormiu ontem na rua”. O membro da comissão afirma ainda que este casal foi surpreendido com a demolição da casa, uma vez que garantem que a providência cautelar em relação à sua habitação foi aprovada.
Apesar da presença de dois carros da polícia, Eurico Cangumi garantiu que não irão sair dali. “Vamos passar aqui a noite e não vamos sair daqui até falar com alguém", adianta.
A demolição do bairro, que está a ser feita por fases, teve início em Julho. Segundo a vereadora Carla Tavares, desde então foram demolidas 192 habitações e realojadas, até Setembro, 180 famílias que estavam inscritas no Programa Especial de Realojamento (PER), que se baseia num recenseamento feito em 1993. De acordo com a vereadora, 224 agregados foram excluídos do PER por terem abandonado o bairro ou por terem alternativa habitacional.