Barreto Xavier ouviu, mas não respondeu aos agentes artísticos sobre apoios

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Barreto Xavier disse ainda não ter tido tempo para se preparar para 2013 Enric Vives-Rubio

Inicialmente convidado para falar no painel Modo Interrogativo: Economia e Cultura, organizado pelo São Luiz, Barreto Xavier explicou que não poderia participar num debate de análise ao Orçamento de Estado para a Cultura por este não ter sido delineado por si mas sim pelo seu antecessor, o escritor e editor Francisco José Viegas. “Não tenho a pretensão de dizer que agora é que vai ser”, disse o secretário de Estado. “Aceitei a condição que me foi entregue”, acrescentou, defendendo, à semelhança do que já tinha feito na semana passada na Assembleia da República, “uma nova forma de olhar para a Cultura”.

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Inicialmente convidado para falar no painel Modo Interrogativo: Economia e Cultura, organizado pelo São Luiz, Barreto Xavier explicou que não poderia participar num debate de análise ao Orçamento de Estado para a Cultura por este não ter sido delineado por si mas sim pelo seu antecessor, o escritor e editor Francisco José Viegas. “Não tenho a pretensão de dizer que agora é que vai ser”, disse o secretário de Estado. “Aceitei a condição que me foi entregue”, acrescentou, defendendo, à semelhança do que já tinha feito na semana passada na Assembleia da República, “uma nova forma de olhar para a Cultura”.

Sem responder a quaisquer questões, o secretário de Estado da Cultura mostrou-se no entanto disponível para ouvir o sector, cujas maiores preocupações se focam nos concursos da Direcção-Geral das Artes (DGArtes). Na semana passada, Barreto Xavier anunciou a mudança no modelo de distribuição de apoios públicos às artes - que foram reduzidos, nos apoios directos, e aumentados, nos apoios tripartidos, que pressupõem uma organização em rede. Para muitos dos agentes artísticos presentes no debate, esta distribuição dos apoios não é clara, temendo-se que muitas estruturas percam os seus apoios. 

Uma vez que este novo modelo de apoio pressupõe que as estruturas sejam apoiadas mutuamente pela DGArtes e, por exemplo, por uma autarquia, houve quem questionasse a falta de visão cultural que existe em muitas autarquias. Barreto Xavier não respondeu, mesmo tendo sido este modelo pensado por si.

A sessão de análise, comissariada pelo crítico de artes performativas do PÚBLICO Tiago Bartolomeu Costa, contou na mesa com João Mourão, responsável pelas galerias da Câmara Municipal de Lisboa, Paulo Vasques, co-director da Circular – Associação Cultural e co-programador do Circular Festival de Artes Performativas, José Luis Ferreira, director artístico do São Luiz, Raquel Henriques da Silva, professora da Universidade Nova de Lisboa e antiga directora do Instituto Português de Museus, e Pedro Santos Guerreiro, director do Jornal de Negócios. Esta terça-feira, também a REDE (Associação de Estrutura Para a Dança Contemporânea) emitiu um comunicado a questionar o secretário de Estado exactamente sobre os apoios, alertando que este modelo “propõe o empobrecimento do sector independente, no qual se incluem artistas, companhias e outras estruturas de programação emergentes ou consolidadas”.