Alberto da Ponte diz que RTP não deverá contar com a indemnização compensatória no futuro
"É mais ou menos comum a ideia de que a indemnização compensatória é algo que a RTP não deve contar no futuro", afirmou o gestor no final de uma reunião na sede da RTP com os signatários do manifesto "Em Defesa do Serviço Público de Rádio e de Televisão", entre outros, o cineasta António Pedro Vasconcelos, o deputado do CDS-PP José Ribeiro e Castro, o general Loureiro dos Santos, ou Alberto Arons de Carvalho, vice-presidente da ERC - Entidade Reguladora da Comunicação.
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"É mais ou menos comum a ideia de que a indemnização compensatória é algo que a RTP não deve contar no futuro", afirmou o gestor no final de uma reunião na sede da RTP com os signatários do manifesto "Em Defesa do Serviço Público de Rádio e de Televisão", entre outros, o cineasta António Pedro Vasconcelos, o deputado do CDS-PP José Ribeiro e Castro, o general Loureiro dos Santos, ou Alberto Arons de Carvalho, vice-presidente da ERC - Entidade Reguladora da Comunicação.
O cenário do fim da indemnização compensatória foi deixado na semana passada pelo ministro da tutela, Miguel Relvas, no parlamento, durante a audição conjunta em três comissões parlamentares do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, no âmbito da discussão na especialidade da proposta do Orçamento do Estado para 2013 (OE2013).
"A RTP terá que viver, no médio prazo, sem a indemnização compensatória" e apenas com os cerca de 150 milhões anuais provenientes da taxa do audiovisual, disse Relvas no Parlamento no passado dia 13, garantindo ainda que "o serviço público de rádio e televisão manter-se-á nos termos previstos na Constituição e na lei", apesar do corte de 42%, para 52 milhões de euros, das verbas destinadas à RTP no OE2013.
Alberto da Ponte afirmou hoje que "sente" da parte do accionista Estado "uma preocupação muito grande em dotar a RTP de meios que compensassem a redução da indemnização compensatória", e concretizou: "Não é muito, mas os primeiros são os dois milhões de euros que fomos buscar à EDP, e, se calhar, podemos ir buscar mais", afirmou.
Mas os meios terão também que resultar de ganhos de eficiência na gestão, afirmou, no entanto, o presidente do conselho de administração da RTP. "Há muito que se pode fazer em termos do rigor dos processos, poupando em pequenas coisas, desde a electricidade aos custos com consumíveis. Já me aconteceu isso no passado, sem enveredar pelo caminho de mexer nos nossos recursos humanos", afirmou.
Isto não significa, porém, que a nova administração da RTP coloque de lado o plano assumido pelo anterior presidente da RTP, Guilherme Costa, de despedir cerca de 300 pessoas. "Antes de chegarmos aos recursos humanos, e foi isso o que disse aos sindicatos, temos que olhar para outros tipo de custos", afirmou.
"Se esta casa tiver rigor, de certeza que não irá precisar mais tarde da indemnização compensatória. O que não quer dizer que, pontualmente, se houver necessidade de fazermos um programa com um interesse manifestamente histórico, não possamos vir a pedir dinheiro ao Governo para nos ajudar. Mas é mais ou menos comum a ideia de que a indemnização compensatória é algo que a RTP não deve contar no futuro", deixou claro.
"Estou optimista em relação ao futuro. Acho que temos um serviço público de qualidade, acho que podemos subir a fasquia e acho que temos pessoas muito válidas. Desde que haja uma gestão de rigor, a RTP vai ter uma imagem muito positiva", concluiu.